Alterações Climáticas
Em 1990, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) reuniu estudos científicos que comprovam a alteração dos padrões climáticos. Este facto impulsionou decisores e políticos de todo o mundo para a assinatura, em Junho de 1992, no Rio de Janeiro, da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Esta Convenção comprometia os 154 países signatários a estabilizar as concentrações dos gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera a um nível que evitasse interferências das atividades humanas no sistema climático do Planeta.
O segundo relatório do IPCC, em 1995, vai mais longe e estabelece que as alterações climáticas resultam das intervenções humanas sobre o meio natural, com repercussões à escala regional e global. Neste relatório previam-se alterações (face aos níveis de 1990) na temperatura média entre 1° e 3,5°C até 2100, assim como uma subida do nível médio das águas do mar entre 15 e 95 cm.
Em 1997, ainda no âmbito da referida Convenção, foi assinado o Protocolo de Quioto: 39 países industrializados, dos 160 participantes, comprometeram-se a limitar entre 2008 e 2012 as suas emissões de GEE na atmosfera. Em termos globais, a redução deveria ser de cerca 5% relativamente às emissões verificadas em 1990, mas calcula-se que seria necessária uma redução imediata da ordem dos 60% para evitar as alterações climáticas resultantes das atividades humanas.
O relatório AR5 do IPCC de 2014 apresentou algumas conclusões importantes (Alterações climáticas, o ponto da situação [2018]):
1. O aquecimento global é consensual, tendo-se verificado o aumento dos valores de temperatura média da atmosfera e dos oceanos desde 1950.
2. A cobertura de neve no hemisfério norte e de gelo na região Ártica têm vindo a diminuir de forma significativa. O nível médio da água do mar aumentou cerca de 19 cm entre 1901 e 2010
3. As atividades humanas, principalmente industriais, como a queima de combustíveis fósseis, o uso de fertilizantes e a desflorestação, resultam num aumento de emissões de GEE. A combustão de hidrocarbonetos contribui ainda para a poluição atmosférica geral, com a emissão de gases tóxicos.
4. A continuação do aumento das emissões dos GEE poderá causar impactes mais acentuados e imprevisíveis no futuro.
Alterações Climáticas
As florestas são os ecossistemas terrestres com maior capacidade de sequestro de carbono, retendo-o nos seus produtos, que podem substituir materiais e energia de origem fóssil. Plantar e cuidar da floresta são ações prementes para mitigar os impactes do aquecimento global decorrente das alterações climáticas.
Alterações Climáticas
Apesar do contributo da floresta como sumidouro de carbono ser positivo em muitos países, incluindo em Portugal (na maioria dos anos), o saldo entre gases com efeito de estufa emitidos e retidos está longe da neutralidade. Esta realidade tem acelerado as alterações climáticas em Portugal e no mundo, com impactes também para as florestas.
Alterações Climáticas
Durante os últimos 30 anos, as florestas removeram cerca de um quarto das emissões anuais globais de dióxido de carbono, ajudando, assim, a mitigar os efeitos das alterações climáticas recentes. Em Portugal, os contributos da floresta têm sido positivos, exceto em anos de grandes incêndios: em 2019, cerca de 15% das emissões nacionais de Gases com Efeito de Estufa foram removidas pelas nossas florestas.