Pragas e Doenças
Nos Açores, a principal doença da criptoméria é conhecida como “brocado do cerne” e é provocada por um fungo que prejudica a saúde e o crescimento das árvores, causando a deterioração da madeira a partir do interior do tronco.
O responsável é o Armillaria mellea, um fungo fitoparasita conhecido pelo nome comum de “armilária cor-de-mel” devido à sua cor castanho-amarelada e pela bioluminescência da sua estrutura vegetativa (ou seja, o seu micélio emite luz). O Armillaria mellea causa podridão da raiz e não é apenas responsável pela principal doença da criptoméria, já que ele é comum em Portugal e tem o mesmo efeito em várias outras espécies florestais.
Este fungo ataca habitualmente árvores em povoamentos adultos e, além dos danos diretos, condiciona a instalação de novos povoamentos nas áreas que foram atacadas. O “brocado do cerne” tem afetado vastas áreas florestais nos Açores e tem sido registado também em plantações de criptoméria noutros locais do mundo.
Como o fungo ataca as raízes, a sua presença é difícil de detetar e mesmo a madeira apodrecida, por vezes, só pode ser vista quando a árvore cai ou é cortada, já que a casca encobre os danos no cerne. Ainda assim, há sintomas que podem constituir um sinal de alerta:
– quando se desenvolvem cogumelos armilária cor-de-mel na base do tronco;
– quando surgem evidencias de folhagem descolorada, que se torna amarela e depois acastanhada, ramos secos e crescimento reduzido de ramos e folhas.
Contudo, é difícil atribuir estes sintomas a esta doença específica, pois vários deles são genéricos e podem dever-se a outras causas e inclusive a outros fungos.
Refira-se que decorreu na ilha São Miguel um estudo dos padrões de resistência da criptoméria ao Armillaria mellea. Este trabalho revelou que nem todas as variedades plantadas têm a mesma suscetibilidade a este fungo, com as de cerne escuro a demonstrar maior resistência face às de cerne claro (rosa).
Para combater a principal doença da criptoméria açoriana, a Direção Regional dos Recursos Florestais, através do seu Plano de Melhoramento Florestal, está a investir na propagação de criptomérias resistentes a este fungo.
Espécies Florestais
Originária do Japão e chegada ao Arquipélago dos Açores em meados do século XIX, a criptoméria (Cryptomeria japonica) é a segunda espécie mais representada na floresta do arquipélago e a primeira na Ilha de São Miguel. Não é por isso surpresa que a madeira de criptoméria traga à região autónoma um importante contributo socioeconómico. O seu valor pode ainda reforçar-se pela aposta na inovação.
Indicadores Florestais
A floresta das regiões autónomas portuguesas tem características bastante diferentes, não só relativamente ao continente, mas também entre arquipélagos, sobretudo no que concerne às principais espécies.