Após a entrevista, é feita uma visita à propriedade, onde o técnico vai conhecer as condições edafoclimáticas do local (tipo de solo, relevo, clima, etc.), avaliar as espécies mais adequadas e viáveis para arborização ou rearborização, o tipo de condicionalismos legais que se aplicam e, em caso de haver objetivos de produção, se existem condições de mercado que os viabilizem (por exemplo, que permitam escoar a produção).
Nesta fase de planeamento, indispensável para depois implementar um projeto florestal bem estruturado, há uma série de condicionantes e oportunidades a avaliar antes de tomar decisões. Existem no terreno espécies protegidas que não podem ser removidas? O terreno está integrado em alguma área protegida (que terá mais condicionantes) ou em regime florestal? Já existe na localidade uma ZIF – Zona de Intervenção Florestal ou outro modelo de gestão agrupada de que o proprietário possa beneficiar em termos da escala (custos) das operações e benefícios fiscais? Existem apoios ou incentivos em curso para a região e para o tipo de projeto pretendido?
Em função destas informações, será possível determinar o projeto florestal mais viável, que deve ter em conta ainda outros condicionalismos legais, como é o caso das distâncias a salvaguardar entre o estremo da floresta a outras ocupações, ou dos limites máximos para a plantação de determinadas espécies (que variam em diferentes regiões, em função do PROF – Plano Regional de Ordenamento Florestal), ou ainda das limitações existentes em zonas percorridas por incêndios nos últimos 10 anos.
Uma vez estruturado um projeto viável, ele terá de seguir a via do licenciamento florestal, através do RJAAR – Regime Jurídico aplicado às Ações de Arborização e Rearborização. A aprovação, imprescindível para poder implementar um projeto florestal, caberá ao ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas ou à Câmara Municipal do concelho onde se encontra a propriedade.
Finalmente, ao implementar um projeto florestal e nos trabalhos de gestão que se seguem, o proprietário pode também beneficiar do apoio da organização de produtores florestais, que conhece prestadores de serviços locais ou conta com o trabalho de sapadores florestais. Limpeza de matos, manutenção de faixas de combustível, construção ou beneficiação de caminhos florestais são exemplos deste tipo de serviços.
No caso da APAS Floresta, os proprietários florestais são ainda aconselhados a aderir à certificação da gestão florestal. A associação dedica um grupo de técnicos especializados com atividade por todo o país, que apoia o processo de gestão certificada, promovendo boas práticas que conciliam a sustentabilidade ambiental, social e económica. No caso da produção de madeira, a gestão certificada prevê que o preço de venda tenha, inclusive, uma majoração.