Bioeconomia
O Plano Nacional para a Promoção de Biorrefinarias (2017) estimou a quantidade de biomassa em Portugal e concluiu que existe disponibilidade de biomassa residual para ser usada como energia (eletricidade, calor e biocombustíveis avançados), e também em bioprodutos com valor acrescentado nas indústrias alimentar, química, farmacêutica e têxtil, entre outras. Este estudo acrescenta que o país “possui um potencial considerável de biomassas residuais (florestal, agrícola, agroindustrial, etc.), bem como biomassas de origem natural (matos e incultos) que podem ser valorizadas num contexto de biorrefinarias, com benefícios de ordem ambiental, económica e social”.
Os resíduos florestais são os mais significativos, mas existem também quantidades apreciáveis de resíduos verdes herbáceos (cerca de 440 mil toneladas/ano) e de matos (cerca de 1 milhão de toneladas/ano). A disponibilidade dos diferentes tipo de biomassa em Portugal deve ser estudada a nível local, sem esquecer que matos e ervas contribuem para a propagação de incêndios.
O Relatório da COTEC Portugal Bioeconomia Circular e Digital – Oportunidades para a Transição e Desenvolvimento Sustentável da Economia e Indústria Portuguesa, 2020 faz a mesma ressalva e refere que a floresta não é a única fonte de biomassa desvalorizada. Há uma quantidade crescente de resíduos de biomassa gerados pelas atividades agrícolas, processamento alimentar e outros sectores da indústria que podem ser explorados como matérias-primas substitutas dos combustíveis fósseis, complementando o uso de biomassa florestal.
Saber se existe suficiente biomassa em Portugal ou se existe remoção de biomassa residual em quantidade suficiente para alimentar as necessidades crescentes são, no entanto, duas questões diferentes. Se a resposta à primeira vai influenciar a capacidade de crescimento da bioeconomia, a segunda – relacionada com a gestão das propriedades rurais – pode constituir uma oportunidade de rentabilizar a atividade florestal.
Energia
Os ecossistemas rurais são a principal fonte de biomassa usada na produção de energia renovável em Portugal. O aproveitamento da biomassa residual diminui a dependência nacional de combustíveis fósseis e, em simultâneo, pode incentivar a gestão das áreas florestais, reduzindo o risco de incêndio, mas há condições a respeitar para que o uso da biomassa para energia não ponha em risco outros benefícios da floresta.
Biomassa
A utilização de biomassa florestal residual para produção de energia é reconhecida como um recurso sustentável que apoia a transição energética e as metas climáticas, reduzindo o uso de combustíveis fósseis. Mas que quantidade está disponível em Portugal e quem a transforma em energia?
Bioeconomia
As preocupações globais com a sustentabilidade têm limitado o uso de produtos de origem fóssil e renovado o interesse pelos produtos de base florestal. Encontrar novas aplicações e processos para os recursos florestais, assim como novas possibilidades de aproveitamento de sobrantes – desperdícios e resíduos “verdes” – são caminhos para aumentar o valor acrescentado da floresta e prolongar o sequestro de carbono. Em Portugal, há sinais encorajadores, sobretudo na bioindústria.