Quando os cientistas categorizam as árvores e florestas com base nos biomas nos quais elas são (ou não) capazes de crescer, os estudiosos entendem que o ambiente, com as suas altitudes e latitudes e os seus diferentes climas, fornecem solos variados e outros recursos naturais, que permitem ou incapacitam a crescimento da floresta.
Da perspetiva da biologia evolutiva tradicional, inspirada em Darwin, os estudiosos examinam como as árvores só irão crescer na medida em que o ambiente o permitir. Aquelas que crescem são consideradas como naturalmente selecionadas pelo ambiente e a ele adaptadas. Esta abordagem remete para a forma como o ambiente seleciona ativamente entidades passivas, assim como para qual é o papel que as alterações climáticas ou os fenómenos naturais, como os deslizamentos de terra, têm na floresta.
Da perspetiva das ciências ecológicas, os estudiosos examinarão não como o ambiente permite ou inibe ativamente o crescimento de árvores e florestas, mas como qualquer um destes elementos pode desempenhar um papel mais ativo na formação do seu ambiente. Isto porque as florestas podem alterar o ambiente de diversas maneiras. Podem absorver CO2 do ambiente e transformá-lo em oxigénio, podem drenar a água do solo, podem lançar sombra sobre a paisagem e arrefecer a terra, ou podem formar barreiras naturais.
As árvores podem, assim, mudar o ambiente e este reconhecimento leva a uma perspetiva diferente e complementar sobre a floresta; uma perspetiva que é igualmente científica e importante para compreender não só como as florestas evoluem ao longo do tempo, mas como se comportam no presente.
A investigação sobre simbioses, que aborda como as diferentes espécies interagem entre si, traz ainda outra perspetiva sobre a floresta. Uma floresta não é feita apenas de árvores e elas não existem sozinhas. Em vez disso, dependendo do bioma a que pertencem, as árvores abrigam e, por vezes, alimentam vários outros organismos, como pássaros, besouros, formigas, lagartas ou mesmo cobras, símios ou peixes.
Os seus troncos e galhos abrigam musgos, cogumelos e outros fungos. Numerosas comunidades bacterianas e fúngicas residem abaixo do solo, no rizoma ou sistema radicular das árvores. Esses microrganismos do solo formam comunidades que realizam processos bioquímicos complexos, como a fixação de azoto, um processo pelo qual o azoto atmosférico é transformado em amoníaco, nitritos e nitratos.
Esses processos bioquímicos permitem o crescimento de inúmeras outras plantas e flores que, por sua vez, atrairão animais terrestres, como ratos e coelhos, ou animais selvagens, como veados e javalis.
Esta visão simbiótica da vida é igualmente importante para o estudo das florestas porque investiga as comunidades formadas pelos organismos, o modo como essas comunidades ajudam a moldar o ambiente e como impactam as hipóteses de sobrevivência das atuais e futuras gerações de microrganismos, plantas e animais.
Existem inúmeras outras perspetivas científicas sobre as árvores e as florestas. Podemos examinar e comparar os genomas das árvores para investigar o parentesco evolutivo através de descendência e hibridização; podemos examinar os processos fisiológicos subjacentes à produção ou ao envelhecimento da seiva; ou podemos investigar a extinção ou a taxa de crescimento pela qual as espécies de árvores vão mudando.
A perspetiva filosófica pode ajudar a ciência a investigar quais as diferentes abordagens de investigação existentes e o que elas implicam para a nossa compreensão das florestas da Terra. E esse conhecimento é importante porque permite uma melhor compreensão dos numerosos fatores que estão na base da biodiversidade florestal e de como podemos ajudar a mantê-la.