Joaquim Vieira Natividade tinha uma capacidade de trabalho extraordinária e foi incansável na busca pelo conhecimento e na sua divulgação. Dedicou a sua vida à Estação de Experimentação do Sobreiro e do Eucalipto e ao Departamento de Pomologia de Alcobaça, delineou estratégias e planos de modernização agrícola e produziu dezenas de publicações, incluindo o livro “Subericultura”, que se mantém como a obra de referência em 2025, 75 anos depois da sua publicação.
Joaquim Vieira Natividade nasceu em Alcobaça, em 1899, e foi o terceiro de quatro filhos de Maria da Ajuda Garcês e Manuel Vieira Natividade. Foi do seu pai que recebeu as principais influências: rigor, disciplina, capacidade de trabalho, gosto pelas ciências, artes e letras, e uma grande devoção pela região de Alcobaça e pela realidade agrária, nomeadamente pela produção de frutos.
Farmacêutico de formação, o seu pai era também agricultor (com grande interesse pela produção de frutos), pequeno industrial, intelectual, escritor, estudioso de arqueologia e etnografia e um especialista na história do Mosteiro de Alcobaça e na obra dos monges-agrónomos cistercienses. Uma das suas preocupações foi a renovação dos pomares da região, tendo, entre outras iniciativas, publicado o livro “As frutas de Alcobaça” e fundado a Junta de Reconstituição dos Pomares de Alcobaça. Estas vertentes acabaram por influenciar o percurso do filho.
Joaquim começou por frequentar o liceu em Alcobaça, mas terminou-o em Coimbra, em 1916. No mesmo ano, matriculou-se no Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa, e em 1922 formou-se, com distinção, como Engenheiro Agrónomo. “A região de Alcobaça. Agricultura, População e Vida Rural” foi a tese de final de curso.