Os recursos florestais são fundamentais para apoiar a produção numa economia de baixo carbono. Em alternativa ao padrão atual – baseado em produtos de origem fóssil – a floresta emerge como uma fonte viável de produtos renováveis, biodegradáveis e reutilizáveis – com menor pegada ecológica. A biomassa florestal pode substituir quase todos os produtos derivados dos recursos fósseis e o seu potencial de utilização abrange diferentes sectores, da embalagem à construção civil, passando pelas indústrias química, têxtil, cosmética, alimentar e farmacêutica.
A maior limitação para uma mais ampla aplicação da biomassa é a sua disponibilidade. É importante, por isso, utilizar de modo eficaz os recursos florestais, através de uma nova cadeia de valor que começa com a gestão adequada da floresta e prossegue com a recolha dos sobrantes que dela resultam, a sua transformação através de processos mais eficientes e a sua aplicação na criação de biocompósitos e bioprodutos inovadores, com valor acrescentado. Esta transformação dos sobrantes de biomassa em materiais que vão além dos produtos florestais tradicionais está a ser potenciada pela investigação e aplicação de novas tecnologias.
Além do valor intrínseco destes novos materiais e produtos, a sua utilização ajuda a reduzir as emissões de carbono e a diminuir a acumulação excessiva de resíduos de biomassa que contribui para o risco de incêndio. Permite também criar rendimentos adicionais nos sectores agrícola e florestal, gerando novas fontes de retorno para quem a eles se dedica.
Este potencial dos recursos florestais enquanto matéria-prima nobre acompanha um conjunto de oportunidades que se reforçam em virtude das crescentes restrições políticas e legais ao uso de produtos de origem fóssil, como por exemplo as que limitam os plásticos de uso único.