Caminhar permite observar alguma da vida que se esconde na Serra de Sintra e no Parque Natural Sintra-Cascais, que alberga mais de 200 espécies de vertebrados e de 1000 plantas diferentes.
Nem sempre é fácil avistar os animais. mas ali existem desde ginetas (Genetta genetta) a raposas (Vulpes vulpes), salamandras (Salamandra salamandra) e cágados comuns (Mauremys leprosa). A Serra dá ainda guarida a várias espécies raras e ameaçadas, incluindo diferentes morcegos (como o Morcego-orelhudo-cinzento, Plecotus austriacus), bufos-reais (Bubo bubo), águias de Bonelli (Aquila fasciata), gaviões (Accipiter nisus), víboras-cornudas (Viperalatastei) e cobras-de-capuz (Macroprotodon cucullatus).
Na flora, das cerca de 900 plantas naturais, há ainda espécies relíquia da floresta Laurissilva que seriam abundantes antes da última glaciação. Atualmente, convivem de perto com centena e meia de plantas introduzidas, parte delas já naturalizadas.
A intervenção humana milenar, primeiro com a pastorícia e depois com a agricultura, alterou e reduziu em muito a vegetação original. O repovoamento florestal, a partir do século XIX, deu à Serra o aspeto que atualmente tem, com espécies ornamentais e exóticas como o cedro-do-Buçaco (Cupressus lusitanica), o eucalipto (Eucalyptus sp.) e o pinheiro-de-Alepo (Pinus halepensis), entre outras.
Existem algumas espécies ameaçadas, como o cravo-romano (Armeria pseudoarmeria) ou o cravo-de-sintra (Dianthus cintranus), dois endemismos desta zona, o azevinho (Ilex aquifolium) ou o Feto-de-folha-de-hera (Asplenium hemionitis) que na península ibérica ocorre exclusivamente na Serra de Sintra, constituindo uma relíquia da floresta portuguesa do período terciário.