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Recursos Naturais

Como avaliar o sucesso do melhoramento genético florestal?

O sucesso do melhoramento genético florestal pode ser avaliado pela análise dos resultados dos programas dirigidos a diferentes espécies de plantas e árvores, através da quantificação dos ganhos genéticos conseguidos com cada característica selecionada.

O ganho genético corresponderá ao aumento médio do valor da característica, registado entre duas gerações consecutivas. Mede-se a característica em questão em cada indivíduo de uma família e quantifica-se pela diferença entre as médias das populações inicial e melhorada. Por exemplo, se a característica for a altura, o ganho genético é a diferença entre a média da altura da população inicial e a da população melhorada.

O ganho genético possível varia consoante a característica, aumentando com a intensidade de seleção (ou seja, a escolha de um grupo mais restrito dos melhores indivíduos de uma ampla população base) e com o controlo genético da característica (heritabilidade). Este controlo é maior para as características menos dependentes de fatores ambientais.

Outros fatores podem influenciar o sucesso do melhoramento genético, nomeadamente ao implicar variações na heritabilidade e nos ganhos genéticos: por exemplo, as características de crescimento ou produtividade (quantitativas) têm baixa heritabilidade porque são geralmente determinadas por muitos genes, de pequeno efeito cumulativo. Por outro lado, as características qualitativas (retidão do tronco, por exemplo) estão geralmente associadas a uma maior heritabilidade, sendo determinadas por um ou poucos genes, com menor dependência dos fatores ambientais.

A título de exemplo de ganhos quantitativos, foram obtidos aumentos em volume de madeira da ordem dos 10 a 15% (por unidade de área) nas sementes colhidas em pomares que resultam de uma primeira geração de melhoramento: 10% em Pinus sylvestris (Suécia), 10% em Pinus elliottii (EUA), 15% em Pinus radiata (Nova Zelândia) e entre 10 e 15% em Alnus glutinosa e Betula pendula (Finlândia e Suécia).

A seleção combinada de características quantitativas e qualitativas pode gerar ganhos cumulativos. Por exemplo, o melhoramento para a retidão do tronco (fuste) em Picea sitchensis (Reino Unido) levou a um aumento de 40% na produção de toros para serração em comparação com fustes de árvores não melhoradas. Este resultado mostra a importância de se associarem num programa de melhoramento diferentes características, uma vez que o aumento de volume em madeira por si só tinha gerado ganhos de apenas 20%. A seleção das duas características permitiu ganhos cumulativos contribuindo para o agilizar o progresso do melhoramento genético.

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