Recursos Naturais
Para quantificar o movimento da água à escala local, de forma a melhorar a gestão deste recurso natural, é preciso monitorizar os fluxos de água nas bacias hidrográficas.
Em cada bacia hidrográfica (área terrestre a partir da qual todas as águas fluem, através de uma sequência de ribeiros, rios e eventualmente lagos, para o mar, desembocando numa única foz, estuário ou delta – e sua envolvente delimitada por elevações) existem entradas e saídas de água, pelo que a massa de água existente não é sempre a mesma.
Têm por isso de ser considerados os fluxos de água que entram, como é o caso da água proveniente da precipitação (chuva) que ali cai e que para ali escorre das zonas altas em redor; e os fluxos de águas que saem, tanto os que se vão escoando para os rios e ribeiros, como os que são sujeitos a evapotranspiração, ou seja se evaporam das várias superfícies, incluindo o solo, e são transpirados pelas árvores, plantas e animais.
Para fazer as contas a estes fluxos de água e conhecer o balanço hidrológico de uma bacia, durante um dado período de tempo, é preciso somar as entradas e subtrair as saídas. Considerando um período superior a um ano, pode aplicar-se para este cálculo uma fórmula simplificada, em que o ponto de equilíbrio de conservação da massa de água será aquele em que P = Q + ET, sendo P a precipitação, Q o escoamento à superfície para o principal curso de água (água azul), e ET a evapotranspiração (água verde). Esta é, como referido, uma simplificação, já que outros elementos interferem neste balanço.
A presença de floresta intervém neste processo de mais do que uma forma: pela interceção da água das chuvas pelas copas das árvores e absorção de parte pelas raízes, que reduz a quantidade de água escorrente; pela transpiração das folhas, que aumenta a quantidade de água que retorna à atmosfera; e pela presença de raízes, resíduos orgânicos e manta morta que, ao aumentarem o arejamento e porosidade do solo, promovem um ritmo mais elevado de infiltração da água no solo e no subsolo. Tanto pela transpiração como pela infiltração nos lençóis de água profundos, a floresta tem impacte também na qualidade da água, já que em ambos os casos decorrem processos naturais de filtração.
Refira-se que, em Portugal, as principais bacias hidrográficas são internacionais, como é o caso das bacias do Douro, Tejo ou Guadiana, cujos rios que nascem em Espanha e desaguam em Portugal.
Existem, no entanto, bacias hidrográficas nacionais mais pequenas, associadas aos rios que nascem em território nacional, como a do Sado, Mondego, Ave, Lis ou Arade. A maior bacia hidrográfica integralmente compreendida em Portugal continental é a do rio Sado (cerca de 7700 km2), seguida da bacia do rio Mondego (aproximadamente 6600 km2).
Água
A água doce corresponde a uma ínfima fração da água do planeta e a sua disponibilidade e qualidade são influenciadas por múltiplos e complexos fatores, entre os quais a existência de florestas. Conheça o papel regulador das florestas na qualidade e disponibilidade deste recurso natural essencial à vida.
Caso de Estudo
As florestas têm um papel importante no ciclo hidrológico e na proteção contra a erosão e a degradação do solo. No entanto, as perturbações derivadas das alterações climáticas estão a afetar a sua resiliência. O projeto europeu “LIFE Resilient Forests” tem como principal objetivo desenvolver uma ferramenta de apoio à gestão florestal integrada ao nível da bacia hidrográfica para promover ecossistemas e florestas mais resilientes. Conheça o caso de estudo nacional do projeto, neste artigo em colaboração com Maria Gonzalez e Miguel Almeida.
Saúde e Bem-estar
Áreas de lazer, evasão e beleza, os espaços verdes trazem, além destes, vários outros contributos importantes para a vida urbana. Descubra como os jardins, os parques florestais, as quintas pedagógicas e até as árvores que vemos ao longo dos arruamentos contribuem para a sustentabilidade das cidades e para a saúde de quem nelas vive.