Anterior Próximo

Recursos Naturais

O que revela a Carta da Capacidade de Uso do Solo?

A Carta de Capacidade de Uso do Solo agrupa classes de solo de acordo com a sua potencial utilização, sendo por vezes chamada de carta de aptidão, uma vez que aquilo que nos revela é a aptidão do solo para a produção vegetal, nomeadamente a agrícola.

A elaboração da Carta da Capacidade de Uso do Solo de Portugal teve por base o sistema de classificação de solo Land Capability Classification (LCC), desenvolvido em 1961 nos EUA. Criado para ajudar agricultores e outros utilizadores na interpretação dos mapas de solos, este sistema faz uma generalização das potencialidades do solo, das limitações na sua utilização e dos problemas de gestão que lhe estão associados.

Como tal, esta Carta “baseou-se fundamentalmente no conhecimento do método e processos seguidos pelo Soil Conservation Service dos Estados Unidos da América” e na sua adaptação ao nosso território acaba por apresentar algumas limitações, uma vez que:

– foi referenciada para as culturas tradicionais de sequeiro;

– não teve em consideração o clima do nosso país;

– foi desenvolvida com base numa cartografia do solo nacional pouco pormenorizada.

As alterações nos sistemas de uso da terra, técnicas de cultivo e até do clima fazem com que a classificação patente na Carta de Capacidade de Uso do Solo tenha perdido o seu contexto relativamente ao seu objetivo principal, embora ainda seja referida atualmente.

Entre os critérios de elaboração desta Carta estão o declive, pH, permeabilidade e limitações de natureza física (erosão, drenagem, inundação, entre outros) à utilização do solo para a plantação e produção.

A Carta define cinco classes de solo, representadas pelas letras A, B, C, D e E. As áreas A, B e C são as de maior aptidão e as indicadas para a agricultura. A utilização florestal e a conservação estão remetidas para as classes com maiores limitações de capacidade: classes D e E.

As cinco classes da Carta de Capacidade de Uso do Solo são:

 

ClasseCaracterísticasUtilização recomendada
Classe AApresentam limitações mínimas.
Solos profundos, planos, sem erosão, férteis.
Capacidade de uso muito elevada, podem utilizar-se para agricultura intensiva.
Classe BApresentam limitações moderadas.Podem ser utilizados para agricultura moderadamente intensiva.
Classe CApresentam limitações severas.Só podem ser utilizados em agricultura pouco intensiva.
Classe DApresentam limitações severas ou mesmo muito severas. Para pastagens apresentam limitações moderadas.Devem ver utilizados para exploração florestal.
Classe EApresentam limitações severas ou muito severas para pastagens e florestas.Não são suscetíveis de utilização económica. Devem destinar-se a vegetação natural ou floresta de proteção ou recuperação.

 

Refira-se que o Decreto-Lei n.º 73/2009 classifica os solos de acordo com estas classes para efeitos da delimitação da Reserva Agrícola Nacional (RAN).

Para visualizar a Carta de Capacidade de Uso do Solo de Portugal em detalhe, consulte https://am.uc.pt/bib-geral/item/44871

Anterior Próximo