Floresta Portuguesa
Desde a antiguidade que a madeira de teixo, por ser densa, elástica e resistente ao apodrecimento, tem sido usada em diversas aplicações que requerem uma matéria-prima forte e durável, mas que possa ser moldável.
Dada a excelência das suas características, a madeira de teixo foi usada, por exemplo:
– No Antigo Egipto, na produção de sarcófagos, há mais de 4 mil anos.
– Pelos Vikings, que também a utilizaram para fazer os pregos dos seus barcos.
– Na Europa, durante a Idade Média, época em que era muito apreciada para a construção de bestas e fabrico de arcos e flechas. Pensa-se que o teixo era a matéria-prima original do arco de Robin dos Bosques, pois esta era a madeira utilizada nos arcos longos de guerra ingleses (longbows), muito populares do séc. XIII ao XVII.
No presente, devido ao tronco do teixo ser habitualmente tortuoso e excessivamente ramificado, assim como às dificuldades relacionadas com a secagem e impregnação, a madeira de teixo tem sido utilizada em peças de reduzidas dimensões, onde as suas características físicas, químicas e mecânicas continuam a ser uma vantagem: pequenas peças de mobiliário, torneados, objetos decorativos e esculturas, embutidos, marcenaria e instrumentos musicais.
Esta madeira, quando tingida de preto, tem um aspeto muito semelhante ao do ébano – madeira escura, pesada e preciosa, muito apreciada no mobiliário de reis e nobres europeus no século XVII – e tem sido, por isso também, muito apreciada.
Na sua cor natural, a madeira de teixo é vermelho-acastanhada. Relativamente às suas características, é uma madeira muito densa e pouco retráctil, com elevada resistência mecânica (nomeadamente flexibilidade), formada por anéis de crescimento distintos muito finos e textura uniforme.
Quando se trabalha esta madeira, ela tem uma serragem fácil, o que permite obter lâminas de elevada qualidade e facilita a aplicação de vários tipos de técnicas, desde molduragem e furação, a recorte e colagem, assim como um ótimo acabamento superficial através de polimento. A madeira de teixo tem resistência ao ataque de fungos, insetos e bactérias.
Mais valorizada do que a madeira de teixo, é na atualidade a sua casca, de onde se extrai um importante ativo – Paclitaxel – usado em medicamentos para o tratamento de vários tipos de cancro.
Espécies Florestais
O teixo é uma das árvores da flora portuguesa mais rara e ameaçada. Odiado por ser muito tóxico, é também a toxicidade que o torna um importante ativo no tratamento do cancro. Fique a conhecer esta “espécie em perigo” num artigo em colaboração com José Luís Louzada.
Espécies Florestais
Originária do Japão e chegada ao Arquipélago dos Açores em meados do século XIX, a criptoméria (Cryptomeria japonica) é a segunda espécie mais representada na floresta do arquipélago e a primeira na Ilha de São Miguel. Não é por isso surpresa que a madeira de criptoméria traga à região autónoma um importante contributo socioeconómico. O seu valor pode ainda reforçar-se pela aposta na inovação.