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Alterações Climáticas

Quais as principais causas das alterações climáticas?

As alterações climáticas naturais resultam de fenómenos que ocorrem em intervalos de tempo de milhares de anos. No entanto, o aquecimento global verificado nas últimas décadas está a ocorrer a uma velocidade que não é explicada por teorias como os Ciclos de Milankovitch, estando relacionado com o aumento de gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera – dióxido de carbono (CO2), vapor de água, metano (CH4) ou óxido nitroso (N2O), por exemplo. Nesse sentido, estas são as principais causas das alterações climáticas recentes:

– A queima intensiva de combustíveis fósseis, por parte da indústria e dos meios de transporte, entre outros;
– O ritmo crescente de desflorestação, em especial das grandes florestas tropicais, cuja redução está em grande parte relacionada com a conversão de florestas em áreas agrícolas, pastagens ou urbanas;
– O aumento do uso de fertilizantes químicos agrícolas (a sua produção tem uma pegada de carbono elevada e a sua utilização liberta N2O), pela necessidade de alimentar uma população mundial em rápido crescimento.

As alterações de uso do solo, principalmente a transformação de florestas em zonas agrícolas, constituem uma fonte adicional de CO2 para a atmosfera. As culturas agrícolas têm taxas de retenção de carbono muito inferiores às da floresta, além de que a sua exploração intensiva implica o uso de fertilizantes, o que aumenta os níveis de CH4 e N2O na atmosfera. A floresta, em contrapartida, pode acumular a longo prazo grandes quantidades de carbono, quer no material vegetal, quer na matéria orgânica do solo, constituindo o reservatório mais importante da biosfera em termos globais e um dos principais sumidouros de carbono da biosfera.

Entre 1990 e 2008, o impacte do sector agrícola na desflorestação a nível mundial foi de 53%, o que corresponde a cerca de 128 milhões de hectares de florestas que desapareceram para satisfazer as necessidades alimentares da população. Cerca de 69 milhões de hectares (29% do total) de florestas foram transformados em áreas de cultura e 58 milhões de hectares (24% do total) foram transformados em pastos para gado.

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