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Pragas e Doenças

Quais as principais pragas e doenças que afetam o pinheiro-manso?

Um número crescente de pragas e doenças afetam o pinheiro-manso. Dada a importância económica significativa da produção de pinhão, a maior preocupação atual prende-se com um inseto sugador de pinhas, que se pensa estar relacionado com a recente quebra de produção de pinhão. Porém, nos últimos anos foram detetadas novas doenças fúngicas, como é o caso da seca dos ápices, que podem também afetar a produção de pinha, principal mais valia desta espécie.

O sugador de pinhas Leptoglossus occidentalis é um inseto que se alimenta de flores e sementes (pinhões) de diversas árvores da família das Pináceas, como sejam os pinheiros (Pinus) e os abetos (Abies). É uma espécie considerada invasora na Europa (com origem na América do Norte), cuja presença em Portugal foi confirmada em 2010, quase em simultâneo na península de Troia e no norte de Portugal. Atualmente, sabe-se que está difundido por todo o território, associado não só ao pinheiro-manso, mas também ao pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e pinheiro de Alepo (Pinus halepensis), e que completa várias gerações ao longo de um mesmo ano, o que provoca ainda maiores danos à produção de pinhão.

A sua armadura bucal permite que se alimente a partir do exterior das pinhas sem que se notem danos. Os estragos são apenas visíveis quando se abrem os pinhões e se observa que estão danificados, secos ou podres (é o chamado pinhão “chocho”). Além da destruição das sementes, pensa-se ainda que o inseto propague fungos que causam outras doenças, como o dieback do pinheiro (causado por Diplodia sapinea – sinónimo de Diplodia pinea e Sphaeropsis sapinea).

Pelos prejuízos causados, esta praga está sujeita a um plano de monitorização e decorrem estudos para se obterem atrativos / armadilhas que permitam capturar e controlar as suas populações.

De referir também a Lagarta das pinhas, Dioryctria mendacella, que geralmente apresenta grandes populações e incidência elevada de ataque em pinhas de todas as idades, representando a praga mais abundante e a causa de maiores danos às pinhas infligidos por insetos (“bichadas”). Também para esta espécie estão a ser testados atrativos /armadilhas, existindo já um modelo eficaz que brevemente ficará disponível para os proprietários.

Resumem-se em baixo as principais pragas e doenças que afetam o pinheiro-manso.

 

Principais pragas

Órgão atacadoNome científicoNome comum
AgulhasThaumetopoea pityocampaProcessionária-do-pinheiro
Pineus piniAfídeo-lanígero-do-pinheiro
Cinara maritimaPulgão-do-pinheiro
Leucaspis spp. Cochonilha-branca-do-pinheiro
Tronco, ramos e raminhosTomicus spp.Hilésina
Ips sexdentatusBóstrico-grande
Dioryctria sylvestrellaPiral-do-tronco
PinhasPissodes validirostrisGorgulho-das-pinhas
Dioryctria mendacellaLagarta-das-pinhas
Leptoglossus occidentalisSugador-das-pinhas

 

Principais doenças

Órgão atacadoNome científicoNome comum
Agulhas e pinhasLophodermium seditiosumDesfoliação
Tronco, ramos e raminhos e pinhasDiplodia sapineaDieback do pinheiro
AgulhasBotrytis cinereaBolor cinzento
AgulhasDothistroma septosporumDoença dos anéis vermelhos
Ramos, raminhos e pinhasSydowia polysporaSidovia
Ramos, raminhos Pestalotiopsis piniPestalotiopsis
AgulhasThyriopsis halepensis Tiriopsis

 

Na maioria dos casos, estes agentes afetam a produção de pinha e/ou pinhão ou o desenvolvimento das árvores. O mesmo se verifica com as cochonilhas, que afetam o crescimento e vigor dos pinheiros jovens, especialmente em plantações em zonas mais secas e arenosas, e com a processionária dos pinheiros (Thaumetopoea pityocampa), que provoca danos às árvores jovens, por vezes e em caso de grandes ataques, com desfolha total das copas.

Há certos insetos que podem matar as árvores, nomeadamente as Hilésinas (Tomicus spp.), que causam problemas geralmente após os desbastes e desramas e nas situações em que o material lenhoso permanece no terreno. Este material é colonizado por estes insetos que vão depois atacar as árvores adjacentes, podendo provocar a sua morte. Em paralelo, estes insetos transportam e transmitem diversos agentes patogénicos, como fungos, nomeadamente o fungo Fusarium circinatum, causador do cancro resinoso do pinheiro e considerado um organismo de quarentena na Europa e zona mediterrânica. Este fungo, apesar de não ter sido ainda detetado em campo nesta espécie de pinheiro, já foi encontrado no nosso país em plantas de pinheiro-manso de viveiro.

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