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Alterações Climáticas

Qual é o limite de aquecimento global estipulado?

O compromisso assumido no Acordo de Paris, que entrou em vigor em 2016, prevê que os governos signatários atuem para que o limite do aquecimento global (aquecimento médio da temperatura global do ar relativamente aos níveis pré-industriais) possa ficar abaixo dos 2 oC. O objetivo é que não ultrapasse 1,5 oC, de modo a reduzir os riscos e impactes mais graves das alterações climáticas.

Manter o limite do aquecimento global abaixo dos 2 °C implica, em linhas gerais, reduzir para metade as emissões de dióxido de carbono (e de outros gases com efeito de estufa) até 2050, comparativamente aos níveis de 1990, indica a Agência Portuguesa de Ambiente. A necessidade de redução é mais elevada para os países desenvolvidos, que são responsáveis pela maior parte das emissões. Na União Europeia, equivaleria a uma redução nas emissões de 80%.

Apesar das estratégias e esforços para reduzir as emissões dos gases responsáveis pelo efeito de estufa, a trajetória percorrida tem sido insuficiente para conter o aumento da temperatura dentro dos limites considerados seguros: “O mundo está muito distante de cumprir o objetivo mais ambicioso estabelecido pelo acordo de Paris, de limitar o aquecimento global a 1,5 oC”, referiu o Relatório das Nações Unidas “Emission Gap Report 2022”.

 

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Os anos 2015 a 2022 foram os oito mais quentes já registados e, em 2022, também se bateram recordes no degelo dos glaciares e no aumento do nível das águas do mar, segundo o Relatório “Estado do Clima Global 2022”, da Organização Meteorológica Mundial.

O Relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), dado a conhecer em 2023, confirma que, em vez da pretendida redução, se têm registado os níveis mais altos de emissões de gases com efeito de estufa na história da humanidade e que a ação de curto prazo será vital para prevenir o colapso climático. “Temos apenas sete anos para manter o objetivo de 1,5 oC ao nosso alcance”, alertou.

Em julho de 2023, mês que voltou a ser o mais quente desde que há registo (desde 1850), o Diretor dos Serviços Climáticos da Organização Meteorológica Mundial, Chris Hewitt, referiu que é mais provável (do que improvável) que as temperaturas médias globais excedam temporariamente um grau e meio face aos níveis pré-industriais, pelo menos num dos próximos cinco anos. Agosto foi de novo o mais quente já registado, com 1,25 oC acima da média do século XX.

A comunidade científica envolvida nos estudos climáticos acredita que ultrapassar o limite do aquecimento global de 1,5 oC poderá desencadear uma cascata de eventos, que constituem pontos de viragem, alterando irreversivelmente o sistema climático global.

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