Floresta Portuguesa
Desde há milhares de anos que começaram a plantar-se árvores como fonte de madeira, alimento, combustível, abrigo ou por questões religiosas. A primeira espécie a ser selecionada e plantada terá sido a oliveira (Olea europaea), um arbusto espinhoso que crescia perto das costas da Síria e da Anatólia por volta de 4000 a.C. Variedades selecionadas desta espécies foram transportadas e cultivadas ao longo do Mediterrâneo, sendo a sua utilização – como fonte de alimento e de óleo para as lâmpadas de barro – conhecida na Grécia desde a civilização Minóica, por volta de 3 000 a.C. A figueira (Ficus carica) começou também a ser cultivada na região mediterrânica por volta de 4000 a.C.
A mirra (Commiphora myrrha) foi introduzida no Egipto, vinda da Somália, em 1500 a.C. como fonte de perfume. Por volta de 400 a.C. Teofrasto refere plantações de incenso (Boswellia spp.) e mirra no sul da Arábia.
No sudoeste de França existem registos de plantações florestais por volta de 1500 e de plantações de pinheiros e outra vegetação para controlar o avanço das dunas antes de 1600.
A plantação de árvores é uma tradição ancestral na Ásia. Os chineses cultivam árvores de frutos e pinheiros por razões ornamentais, religiosas e cerimoniais desde 2000 a.C. Na Europa, a plantação de árvores foi desenvolvida para aumentar a regeneração e alterar a composição das áreas florestais. O primeiro registo de reflorestação artificial em larga escala na Europa data de 1368, quando a cidade de Nuremberga, na Alemanha, semeou várias centenas de hectares de terras queimadas com pinheiros, piceas e abetos.
Portugal foi pioneiro nas plantações florestais e remonta ao século XIII o início da plantação do pinhal de Leiria, por ordem do rei D. Afonso III. A plantação tinha como objetivo travar o avanço e a degradação das dunas, proteger a cidade de Leiria, o Castelo e os terrenos agrícolas. Mais tarde, entre 1279 e 1325, a área do pinhal foi aumentada substancialmente por ordem do rei D. Dinis I, com sementeiras de pinheiro-bravo ao longo da costa.
Alguns especialistas afirmam, mesmo, que a Europa Ocidental não tem atualmente floresta natural em resultado do seu desbaste intensivo até ao século XVIII. Por exemplo, os primeiros inventários florestais em Inglaterra registaram uma superfície florestal de 3%, um valor idêntico ao que teria Portugal na mesma época.
Já no século XVI, em Portugal, para fazer face às florestas delapidadas, a Lei das Árvores (1565) obrigava os municípios a mandar plantar árvores para madeira, indicando o pinheiro-bravo como uma das espécies a utilizar. Só no final do século XIX é que o saldo entre florestação e desarborização se tornou favorável à florestação.
Indicadores Florestais
Em Portugal, a idade das florestas situa-se, na maioria dos casos, entre os 20 e os 80 anos, uma tendência em linha com a Europa. Em termos de saúde, as principais fontes de danos nas florestas são pragas e doenças.