A estrutura fundiária em Portugal está muito ligada à sua história: predomínio da propriedade privada, elevada fragmentação de terrenos no norte do país e grandes propriedades a sul.
Portugal é um dos países europeus com maior percentagem de floresta privada (84,2% de propriedades privadas e 13,8% em terrenos comunitários), na sua grande maioria pertencente a pequenos proprietários.
Cerca de 60% da floresta europeia (UE-27) é privada (incluem-se áreas de proprietários privados e comunitários), segundo a edição de 2020 do Agriculture, forestry and fishery statistic. Estima-se que existam cerca de 16 milhões de proprietários na UE e que a dimensão média das propriedades florestais é de menos de 10 hectares e a tendência é para que as plantações privadas aumentem, em detrimento da floresta pública, com um número crescente de pequenos proprietários, verifica a Agência Europeia do Ambiente.
Já em termos mundiais, assiste-se a uma lógica inversa. Cerca de 73% da floresta era pública em 2015 (o último ano para o qual existem dados globais), segundo o relatório de 2020 Global Forest Resources Assessment, da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. De acordo com a mesma fonte, 73 países reportaram mais de 90% da sua área florestal como sendo pública em 2015, sendo a mesma de 100% em 48 destes países (principalmente países da Ásia Central e Oeste e África Central e Oeste). No outro extremo, 15 países têm menos de 10% da sua floresta pública, incluindo 5 países na Oceânia com 100% de floresta privada e Portugal, com 97%.