Até meados do século passado, a maioria das áreas florestais e agroflorestais era gerida com o objetivo principal de produzir madeira, cortiça e outros produtos silvestres. Embora o fornecimento de serviços de ecossistema estivesse presente (especialmente em intervenções dos Serviços Florestais para fixação de dunas, arborização das serras ou correção torrencial dos caudais de rios), a informação e as ferramentas de gestão florestal disponíveis estavam associadas à produção de matérias-primas florestais.
Embora estes produtos mantenham procura, à medida que se ampliou o conhecimento sobre os ecossistemas florestais, a consciência ambiental e a escala de gestão ao nível da paisagem, outros objetivos ganharam relevância face ao propósito principal de manter as florestas saudáveis e produtivas: a remoção de carbono atmosférico, a preservação do solo, a gestão da água, a proteção da biodiversidade e o aumento da resiliência às alterações climáticas são apenas alguns exemplos.
A gestão florestal passou, assim, a incluir de forma mais generalizada a preocupação com a preservação dos serviços ambientais ou do ecossistema que as florestas podem fornecer, equilibrando a produção de bens, como a madeira, a cortiça, os frutos ou as sementes, com muitos outros objetivos, incluindo reduzir o risco de incêndio, promover a resiliência dos ecossistemas ou aumentar a eficiência hídrica. A estes proveitos diretos acrescem outros benefícios tangíveis, como o aumento do potencial de exploração turística, e intangíveis, como a melhoria do bem-estar e o gosto da vivência do local por parte das populações.