Alavancado pelas exportações de produtos florestais transformados pela indústria em Portugal (principalmente produtos de cortiça, papel e cartão, pasta de papel e papel para reciclar e mobiliário de madeira), o valor da balança comercial do sector da floresta contribuiu com mais de 2,7 mil milhões de euros para o saldo das transações internacionais portuguesas. O saldo reportado em 2021 é o maior dos últimos cinco anos.
No total, as exportações de produtos florestais transformados e de matérias-primas com origem na floresta aumentaram 20,1%, revela o destaque das Contas Económicas da Silvicultura, que o INE – Instituto Nacional de Estatística publicou em finais de junho. Isto significa que materiais e produtos florestais passaram a representar 8,8% das exportações portuguesas.
Nos últimos cinco anos – de 2017 a 2021 –, o saldo da balança comercial florestal portuguesa foi excedentário, mas tinha registado um abrandamento em 2020, ano em que tinha rondado os 2,4 mil milhões de euros. Os entraves à circulação de bens, decorrentes das medidas impostas pela pandemia de Covid-19, justificam a descida, mas não impediram que o saldo da balança de comércio internacional se mantivesse acima do vermelho.
Em 2021, e segundo os dados preliminares do INE, o saldo cresceu acima dos valores pré-pandemia e foi conseguido apesar dos materiais de origem florestal se manterem deficitários, com Portugal a necessitar de importar madeira em bruto, mas também cortiça e outros materiais florestais.
No total, as importações de matérias-primas florestais implicaram o pagamento de 372 milhões de euros ao exterior, o que contribuiu para um saldo negativo da balança dos materiais florestais. O défice de -330 milhões de euros foi largamente compensado pela balança comercial dos produtos industriais de origem florestal, que teve um excedente de 3039 milhões de euros.