Serra da Estrela: 9 maravilhas a não perder

A pequena dimensão da praia dá-lhe um charme especial, mas poderá aventurar-se também pela Mata do Desterro, uma área de densa floresta com 136 hectares. Povoada anteriormente por bosques de carvalho, a zona tem a decorrer um projeto de uso múltiplo da floresta. E, apesar de ter sido uma área bastante afetada pelos graves incêndios de outubro de 2017, estão em marcha diversos esforços de recuperação e requalificação da zona.

Nas imediações é também possível visitar a Central da Senhora do Desterro (uma das primeiras centrais hidroelétricas de Portugal, que hoje alberga o Museu Natural da Eletricidade) e a “Cabeça da Velha”, uma pedra com uma curiosa fisionomia humana.

Todos os verões, os habitantes dos concelhos que aqui confluem (Gouveia, Seia e Manteigas) rumam à albufeira do Vale do Rossim para estender a toalha de praia e ir a banhos. Já a beleza do local é constante ao longo de todo o ano: águas límpidas a perder de vista, emolduradas pelos blocos graníticos e pela vegetação em redor. Os bosques à volta – severamente afetados pelos incêndios de 2017, mas a recuperar – são dominados por plantações de pinheiro-negro (Pinus nigra), bétulas (Betula alba), giestas (Cytisus sp. e Genista sp.) e sargaços (Halimium lasianthum). Nas margens da albufeira, é comum encontrar rãs, sapos e salamandras. A praia é servida por infraestruturas de apoio (WC e bar/restaurante), existindo ainda a possibilidade de pernoitar no local.

Ao redor da vila de Manteigas, destacam-se as manchas de floresta. O perímetro florestal de Manteigas tem, aliás, interesse histórico pela sua abordagem inovadora à gestão do território: a arborização das encostas foi feita no século XIX, como forma de evitar a erosão das mesmas, como relembra o Museu Virtual de Manteigas. Hoje em dia, a zona apresenta ainda alguns castanheiros (Castanea sativa), salgueiros (Salix sp.), amieiros (Alnus glutinosa), carvalhos-negrais (Quercus pyrenaica) e freixos (Fraxinus angustifolia), entre outras espécies. No céu, é comum avistarem-se aves de rapina.

Aproveite também a fauna e flora da região: há coelhos-bravos, raposas e lagartixas do mato a passear e, ao redor, vidoeiros (Betula pubescens), azinheiras (Quercus rotundifolia), teixos (Taxus baccata), abetos (Abies sp.) e tramazeiras (Sorbus aucuparia), entre muitas outras espécies.

No Covão d’Ametade vai encontrar um espaço amplo para fruir da natureza, com um parque de campismo e mesas de piquenique. É aqui que o rio Zêzere começa a ganhar forma e a preparar-se para o percurso pelo vale glaciar até chegar ao Tejo. Por isso, o Covão é especialmente encantador nas alturas do ano em que o caudal do rio está mais volumoso.

As zonas húmidas são valorizadas pela sua diversidade biológica e pelos seus processos hidrológicos e ecológicos. Na Serra da Estrela, estas pequenas lagoas abrigam diversas comunidades de plantas anfíbias, que vão sobrevivendo dentro e fora de água à medida que as estações do ano impactam a disponibilidade hídrica. Nas margens, é possível ver ainda as turfeiras, ambientes encharcados com acumulação de restos vegetais que, na Serra da Estrela, apenas se verificam a partir dos 1600 metros de altitude.

O percurso pelas seis lagoas – Comprida, Covão do Forno, Seca, Redonda, Covão dos Funchos e Escura – é de baixa dificuldade, embora extenso. Há dois espelhos de água que se destacam: Covão dos Funchos e Lagoa Escura. O primeiro é conhecido por ter, junto a uma das margens, o Funil dos Funchos – um aparente “buraco” na água que marca o início de um túnel de 1519 metros, construído para abastecer de água a albufeira da Lagoa Comprida. Já a Lagoa Escura distingue-se pela opacidade das suas águas, causada pela profundidade natural da lagoa, que ronda os nove metros.

Esteja atento às bétulas (Betula alba), aos pinheiros (Pinus sp.), aos zimbrais (Juniperus communis) e às gramíneas que pautam a vegetação nas imediações desta rota de lagoas, assim como à rápida lagartixa-de-montanha (Lacerta monticola), que em Portugal só se encontra em território do Parque Natural da Serra da Estrela.

Além do seu valor como património construído, visitar Loriga é obrigatório pela riqueza natural que a rodeia. A destacar a beleza da praia fluvial, que foi também finalista do concurso “7 Maravilhas – Praias de Portugal”. Os relevos acidentados compõem a fisionomia do local, conhecido pela água gelada e a envolvente natural. A praia fluvial de Loriga dispõe de serviços de apoio, nadadores salvadores e atividades de aventura.

Na época natalícia, quando as montanhas se enchem de neve, a aldeia destaca-se pela originalidade das suas decorações. Os enfeites das ruas são criados a partir de materiais naturais recolhidos no território envolvente, como giestas, pinhas ou videiras. A iniciativa é chamada de “Cabeça – Aldeia Natal” e orgulha-se de ser um evento 100% sustentável.