Existem cerca de 150 associações florestais em Portugal, mas estima-se que apenas 16% dos proprietários façam parte delas. Este é um dos mais baixos níveis de associativismo florestal a nível europeu e contribui para um problema de fragilidade económica.
Fazer parte de uma organização não está entre as prioridades de muitos produtores e este facto não é o único a fragilizar o associativismo florestal. Ele confronta-se também com a falta de comunicação, hoje uma ferramenta essencial para aplicar o conhecimento desenvolvido em áreas-chave do sector florestal, desde as tecnologias à gestão de recursos naturais e à consciência ambiental.
A elevada dependência de fundos e apoios públicos, assim como a pequena dimensão da propriedade, são outras das ameaças e fraquezas identificadas. Existe vontade política de financiar o associativismo florestal e o tecido produtivo, refere Rita Bonacho, Presidente da Associação de Produtores Florestais de Coruche, mas falta uma estratégia consistente e independente de ciclos políticos. Também na questão da propriedade, sublinha, o Estado poderia ter um papel agregador, através do emparcelamento, por exemplo, o que ajudaria à viabilidade económica de parcelas muito pequenas, sobretudo na região Norte, que acabam por ser abandonadas e contribuem para alimentar os ciclos de incêndios a que temos assistido.