Comentário

José Oliveira

A economia circular como solução para o futuro das florestas e da sustentabilidade

As florestas são mais do que um recurso económico importante, pois têm a capacidade de ajudar a equilibrar o clima e a preservar a vida. Para assegurar a sua sustentabilidade, o futuro do ambiente e o bem-estar da sociedade, é necessária uma mudança de paradigma. A transição para uma economia circular deve ser uma prioridade.

As florestas desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade, regulando o clima através da absorção de carbono e proporcionando ecossistemas vitais. São, igualmente, um recurso económico importante, fornecendo uma vasta gama de bens e serviços de suporte ao bem-estar humano, às indústrias e ao crescimento da economia.

A forma como a sociedade tem obtido os recursos florestais, e de outras fontes naturais, para fabricar produtos e depois descartá-los, ou seja, a economia linear, tem tido consequências significativas para o planeta e, por isso, é necessário pensar de forma diferente em relação ao modo como usamos o que a Natureza nos dá.

Dependendo da forma como desenvolvemos os produtos, podemos ter um verdadeiro impacte no futuro. A economia circular é uma solução alternativa, pois assenta nos princípios de minimizar os resíduos e a poluição, alargar o uso de produtos e materiais e regenerar os sistemas naturais. Assim, a transição para uma economia circular deve ser prioritária porque resulta em benefícios para o meio ambiente e para a sociedade.

Enquanto agentes económicos e de desenvolvimento, as empresas têm um papel fundamental nesta mudança, pelo que devem repensar os seus modelos de negócio de modo a integrar a economia circular nas suas atividades.

Com a integração do conceito de circularidade nas cadeias de fornecimento, as empresas estarão a priorizar a sustentabilidade e a eficiência de recursos, o que é também uma oportunidade para acrescentar mais-valias aos seus negócios a longo prazo.

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Por conseguinte, começam a surgir cada vez mais empresas que procuram produtos de base responsável e sustentável de modo a reduzir o impacte das suas atividades no meio ambiente. Esta transição vai ao encontro das expetativas dos consumidores, os quais exigem que os produtos sejam mais sustentáveis e que as organizações reduzam radicalmente o seu impacte no planeta.

O exemplo do cartão canelado na economia circular

A DS Smith está a redefinir o packaging para uma economia circular através de soluções sustentáveis de cartão canelado. O packaging de cartão canelado é circular por natureza, pois é desenvolvido a partir de recursos naturais sustentáveis, uma vez que a matéria-prima base é a fibra de madeira. Além disso, o cartão canelado apresenta uma taxa de reciclabilidade mais alta do que qualquer outro material de embalagem, considerando que as fibras podem ser recicladas até 25 vezes. Graças a esta elevada taxa de reciclabilidade, cerca de 85% do cartão usado na Europa é reciclado. Ainda assim, o ciclo de reciclagem depende de entradas regulares de fibras virgens de origem sustentável que ajudem a manter a qualidade e o desempenho do cartão. As florestas são, portanto, essenciais para esta indústria, pelo que um dos principais desafios do setor consiste em equilibrar a procura de fibra versus a preservação florestal.

Enquanto empresa líder em packaging sustentável de cartão canelado, a DS Smith está consciente da importância de proteger as florestas e empenhada em assegurar uma utilização mais eficiente dos recursos naturais. Nesse sentido, tem vindo a desenvolver um vasto trabalho de inovação com o objetivo de conceber soluções nas quais se utilizem menos fibras e, sobretudo, que permitam apoiar a transição para uma economia circular – em linha com o Propósito de “Redefinir o Packaging para um Mundo em Constante Mudança”.

A DS Smith opera um modelo de negócio circular, ajudando os clientes a fechar o ciclo através de uma abordagem unificada de toda a cadeia de fornecimento. Com divisões integradas de Papel, Reciclagem e Packaging, tem a capacidade de converter o papel em cartão e depois em packaging que é utilizado pelos clientes, retalhistas e consumidores, sendo posteriormente recolhido e reciclado para recomeçar o ciclo em poucos dias. Devido à sua forma de atuação, encontra-se no centro do sistema circular de cartão canelado e numa posição muito forte para liderar a transição de uma economia linear e fóssil para uma economia circular.

Através de uma parceria estratégica com a Fundação Ellen MacArthur – reconhecida autoridade mundial em economia circular – a DS Smith desenvolveu um conjunto de Princípios de Design Circular e os mais de 700 designers da empresa em todo o mundo utilizam estes “Princípios” diariamente para criar soluções de packaging mais sustentáveis. Além disso, foi pioneira ao criar um conjunto de Métricas de Design Circular, que permitem verificar e comparar o desempenho de sustentabilidade de diferentes designs de packaging através de um total de oito indicadores – como a reciclabilidade, o conteúdo renovável, a pegada de carbono ou a otimização da cadeia de fornecimento.

A DS Smith está focada nos desafios de sustentabilidade atuais, assim como nos que terão impacte nas gerações futuras, e pretende contribuir para cuidar das florestas e da sua biodiversidade. Para isso, tem em prática uma ambiciosa estratégia de sustentabilidade, designada “Now and Next”, no âmbito da qual, no ano fiscal 2021/2022, alcançou com êxito o objetivo de produzir embalagens 100% recicláveis ou reutilizáveis. Pretende utilizar o packaging e a reciclagem para fomentar a economia circular, substituindo os plásticos problemáticos, reduzindo as emissões de carbono dos clientes e eliminando os resíduos das embalagens de consumo, até 2030.

Por outro lado, também está focada em assegurar que todos os produtos derivados da floresta utilizados nos seus processos de fabrico provenham de fontes sustentáveis. A gestão responsável das florestas e o fornecimento sustentável de fibras são essenciais na estratégia da empresa para liderar o caminho da sustentabilidade e da economia circular – “extrair, fabricar e deitar fora” não é solução.

Setembro 2023

O Autor

José Oliveira é Sales, Marketing & Innovation Manager do Cluster Portugal da DS Smith Packaging. Licenciado em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (Feup), é mestre em Gestão de Produção e Operações, pela mesma universidade. Ao longo da sua experiência em gestão de projetos, melhoria de processos e gestão operacional, tem contribuído para impulsionar o crescimento de diversas empresas. Exerce a sua atividade na DS Smith Packaging em Portugal desde 2018, sendo responsável pela área de vendas, marketing e inovação, identificando e respondendo aos desafios com soluções de packaging diferenciadoras.