Com este exercício aprendemos algumas lições relevantes. Em primeiro lugar, que a comunicação de ciência deve ser transparente. Não basta comunicar a que resultados científicos se chegou, mas sim quem fez a investigação, quem financiou a investigação, que métodos foram usados, que limitações têm. Universidades, organismos internacionais e mesmo as autoridades públicas têm mais credibilidade junto do público do que empresas, mas também, em menor grau, organizações da sociedade civil. A ciência que gera maior confiança é vista como desinteressada, não movida por interesses económicos ou políticos.
Em segundo lugar, o conhecimento científico tem de ser “traduzido” em linguagem clara, que os não especialistas entendam, sem jargão ou termos técnicos. O formato tem de ser adequado tanto ao público como ao meio de comunicação utilizado. A televisão ainda é a forma de chegar a um maior número de pessoas, mas os meios digitais podem ser muito atrativos para grupos mais jovens, desde que recorram a suportes apropriados (vídeos, infografias, imagens).
Apesar de as pessoas ainda apreciarem uma comunicação de ciência mais tradicional, unidirecional (na televisão, na imprensa, em palestras), há um interesse crescente em modalidades mais dialogantes e interativas. Ainda que poucos participantes na consulta pública tenham tido a oportunidade de visitar laboratórios, dar a sua opinião em debates ou fazer perguntas a cientistas, os que a tiveram querem repetir a experiência e recomendam-na.uas mensagens ao que querem/precisam de ouvir.