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Pragas e Doenças

Quais as principais pragas e doenças da nogueira?

Entre as pragas e doenças da nogueira que são mais penalizadoras estão, respetivamente, a bacteriose e o bichado-da-noz.

Embora estas sejam as pragas e doenças da nogueira que acarretam prejuízos mais significativos, nomeadamente para quem se dedica à produção de nozes, a espécie Juglans regia é sensível a várias outras doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, assim como ao ataque de pragas por outros organismos.

De acordo com o “Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes – A Cultura da Noz”, as principais pragas e doenças da nogueira são:

  • pragas – o bichado-da-noz, a broca zêuzera, ácaros (aracnídeos), afídeos e cochonilhas (ambos insetos);
  • doenças – bacteriose (bactéria) e antracnose, assim como as podridões das raízes e do colo das raízes (todas provocadas por fungos).

 

Pragas da nogueira

O bichado-da-noz é um inseto cujas larvas perfuram os frutos para se alimentarem. A lagarta hiberna no solo ou, por exemplo, em fendas que existam no tronco. Quando passa ao estado adulto, na primavera, as fêmeas colocam os ovos nos frutos ainda em desenvolvimento. Depois de eclodirem, as lagartas entram nos frutos, onde escavam galerias para se alimentar.

Este inseto pode ter duas gerações anuais – a primeira entre abril e junho e a segunda entre julho e setembro -, dependendo do clima da região. Os frutos atacados pela primeira geração caem antes de amadurecerem e os que são atacados pela segunda geração apresentam as referidas galerias, o que pode representar perdas de 40% a 50% do volume de produção da noz.

Além do bichado-da-noz (Cydia pomonella), entre as pragas que causam prejuízos económicos são de referir a mosca-da-casca-verde-da-noz (Rhagoletis completa) e a broca (Zeuzera pyrina), cujas lagartas fazem galerias nos troncos e ramos. Os afídeos, ácaros e cochonilhas não causam estragos economicamente relevantes.

A mosca-da-casca-verde-da-noz (Rhagoletis completa) emerge do solo, onde hiberna, entre meados de junho e setembro. As fêmeas depositam os ovos na casca exterior das nozes, onde as larvas se vão desenvolver e causar manchas negras, que levam à perda de valor comercial dos frutos.

As fêmeas da broca (Zeuzera pyrina) colocam os ovos na casca das árvores e as larvas desenvolvem-se primeiro numa secção interior da casca (no câmbio) fazendo depois galerias na madeira. Em nogueiras jovens, além de danos nos ramos, estes ataques podem levar à morte das árvores. Este organismo também provoca danos noutras espécies de árvores, como oliveiras, alfarrobeiras e aveleiras.

 

Doenças da nogueira

A bacteriose-da-nogueira é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. juglandis e causa mortalidade em árvores jovens. A bactéria fica ativa na primavera, quando existe chuva e em temperaturas próximas dos 15 graus centígrados, altura em que se começa a desenvolver. Os sintomas incluem manchas negras, irregulares ou húmidas, depressões, cancros gretados e necroses cobertas com exsudados de aspeto translúcido. Podem aparecer em vários órgãos: folhas, flores, gomos, rebentos e frutos, podendo atingir o miolo e afetar a produção de nozes, com perdas de até 80% da colheita.

A antracnose-da-nogueira resulta do desenvolvimento do fungo Gnomonia leptostyla nas folhas e nos frutos, causando a sua morte e queda no verão, o que pode dar origem a quebras de produção consideráveis. Nas folhas, causa manchas circulares de cor escura e com uma auréola amarela. Quando estas manchas cobrem as folhas, elas deixam de fazer a fotossíntese e caem. Os frutos atacados desenvolvem manchas escuras e podem acabar por secar antes de se desenvolverem completamente.

Além da bacteriose e antracnose, a doença da tinta e a podridão radicular são as doenças mais frequentes em pomares, ambas causadas por fungos do solo que atacam as raízes (causando doenças radiculares).

A podridão-radicular é causada pelo Armillaria mellea que entra na raiz, causa a sua morte e produz um líquido amarelo. Os sintomas mais visíveis são o amarelecimento das folhas, a diminuição da produção de fruto e do seu tamanho, e a morte dos ramos.

A doença da tinta-da-nogueira resulta da instalação dos fungos Phytophthora cinnamomi, Phytophthora cactorum e Phytophthora cambivora nas raízes das plantas. Estes fungos provocam lesões que podem chegar ao tronco, assim como causar a morte das raízes. As partes atacadas apodrecem e ficam negras, como se estivessem cobertas de tinta. Outros sintomas são a queda prematura de folhas, a morte da extremidade dos ramos e a alteração dos frutos, que ficam pequenos e deformados. A doença-da-tinta é comum a outras espécies, como o castanheiro, por exemplo.

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