Floresta Portuguesa
O património natural de Portugal inclui cerca de 35 mil espécies de animais e plantas, segundo a União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN), citada na Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ENCNB 2030). Estes valores representam 22% da totalidade das espécies descritas na Europa e 2% das espécies mundiais.
As áreas portuguesas com valor de conservação e biodiversidade encontram-se integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas – SNAC. Além de incluir as áreas classificadas como a Rede Natura 2000, o SNAC abrange também a Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP) e outras áreas classificadas na sequência de compromissos internacionais assumidos pelo Estado português.
De acordo com informação do Relatório Estado do Ambiente (REA), da Agência Portuguesa do Ambiente, a RNAP integra em Portugal Continental 47 áreas protegidas – o equivalente a cerca de 793 mil hectares de área terrestre e 536 quilómetros quadrados de área marinha –, que representam aproximadamente 8% da área total nacional. Na Região Autónoma dos Açores estão classificadas 24 reservas naturais, 10 monumentos naturais e 16 paisagens protegidas. Na Região Autónoma da Madeira, contabilizam-se um parque natural (que abrange cerca de dois terços da ilha da Madeira), quatro reservas naturais, uma área protegida e uma rede de áreas marinhas protegidas (rede de Porto Santo).
Quanto à Rede Natura 2000, a rede ecológica para o espaço da União Europeia (UE) integra cerca de 22% da área total terrestre nacional, de acordo com a Base de Dados da Rede Natura 2000 (2017), citada pelo REA. O país ocupa, a propósito, o 10.º lugar entre os 28 Estados-Membros da UE em termos de percentagem de área total integrada na Rede Natura 2000, realça a ENCNB 2030.
De acordo com a informação do REA, existem também 18 Sítios Ramsar (Convenção das Zonas Húmidas) em Portugal Continental e 13 na Região Autónoma dos Açores. No território português estão ainda classificados os Geoparques mundiais da UNESCO: Naturtejo da Meseta Meridional, Arouca, Açores e Terras de Cavaleiros, aos quais se juntou, em setembro de 2019, o geoparque da Serra da Estrela.
Os ecossistemas agrícolas e florestais ocupam cerca de 80% das áreas protegidas ou classificadas, em Portugal continental, segundo a ENCNB 2030. O 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6, publicado pelo ICNF em 2019), que fornece um retrato mais focado na importância da área florestal para a biodiversidade, indica que a área florestal integrada no SNAC corresponde a 18,7% da floresta nacional e que 5,5% da floresta está incluída na RNAP, com várias espécies presentes.
Aproximadamente 25% da área florestal sob Planos de Gestão Florestal está englobada no SNAC, ou seja, em áreas classificadas e, por isso, sujeitas a Planos de Gestão da Biodiversidade, reforça o 5.º Relatório Nacional à Convenção sobre a Diversidade Biológica.
Legenda: A diversidade topográfica e edafoclimática do nosso país
permite uma multiplicidade de áreas com valor de conservação (mapa do continente).
Fonte (adaptada): Relatório Estado do Ambiente, APA, consultado em Abril 2019 (ICNF, 2017)
Biodiversidade
Dos valores naturais, ao abrigo de múltiplas espécies de fauna e flora, as florestas são verdadeiras reservas de biodiversidade. Em Portugal, os habitats naturais da rede Natura 2000 com interesse prioritário de conservação vão desde os matagais de loureiro na serra de Monchique aos zimbrais nas dunas da Figueira da Foz. Apesar da sua importância, a maioria das áreas identificadas como zonas de interesse comunitário encontra-se em estado inadequado de conservação.
Indicadores Florestais
Com valores elevados de produtividade potencial e presentes em vários tipos de áreas protegidas, as florestas portuguesas apresentam características favoráveis à produção e habitats diversos que importa proteger.
Testemunhos
Originário do período romano e amplamente difundido durante a Idade Média, o cultivo da “vinha do enforcado” foi-se perdendo ao longo dos últimos anos, mas na recém-criada Paisagem Protegida Local do Sousa Superior este sistema agroflorestal ancestral de condução da vinha pode voltar a erguer-se num território empenhado em valorizar o seu capital natural e social.