A celulose é o polímero natural mais abundante do planeta. É um material renovável e biodegradável que pode ser obtido a partir de plantas, mas também de algumas algas, fungos e bactérias, assim como de invertebrados marinhos, os tunicados.
Formada por açúcares, a celulose é o principal constituinte da parede celular das plantas – uma espécie de cimento que sustém estas células. Obtê-la implica, no entanto, saber separá-la dos outros elementos que compõem estas estruturas celulares e fazê-lo sem danificar a celulose.
Em 1838, o químico francês Anselme Payen conseguiu, pela primeira vez, isolar e descrever um componente da madeira resistente à extração com solventes orgânicos, a celulose. Anos mais tarde, em 1886, o químico britânico Adrian J. Brown observou que a celulose era um dos componentes principais da película gelatinosa que se formava sobre o vinagre fermentado pela ação de bactérias, descobrindo a celulose bacteriana e um organismo que se tornou o modelo ideal para o estudo da biossíntese da celulose.
Ao longo do tempo, e de acordo com os meios que a ciência descobriu para “partir” a estrutura em que se encadeiam as fibras de celulose, foi possível selecionar conjuntos de partículas com características físicas, dimensões e formas específicas, obtendo-se diferentes morfologias de fibra: celulose microfibrilada, celulose nanofibrilada e a nanocelulose cristalina/celulose nanocristalina. Em paralelo, o conhecimento sobre fermentação bacteriana permitiu também sintetizar celulose bacteriana (mais pura e cristalina do que a celulose vegetal) e determinar que estirpes de bactérias o podiam fazer.