Aldeias semidesertas onde permanece uma população envelhecida e terrenos ao abandono que contribuem para uma maior fragilidade do território. É este o cenário de boa parte do nosso país, principalmente nas zonas rurais de pequena propriedade no Norte e Centro. Para dinamizar estas comunidades, promover condições socioeconómicas que atraiam e fixem pessoas, e aumentar a resiliência dos respetivos territórios florestais têm surgido vários projetos de gestão agrupada de floresta, particularmente importantes nas regiões de baixa densidade.
Na criação destas zonas sob gestão conjunta, “as associações de produtores florestais têm desempenhado um papel muito importante”, salienta Margarida Tomé, engenheira florestal e professora do ISA – Instituto Superior de Agronomia, para quem “é fundamental encontrar formas de envolver os proprietários e com as quais fiquem satisfeitos”, sem esquecer que cada zona é diferente e as soluções têm de ser adaptadas.
Da cooperação entre pequenos proprietários esperam-se benefícios económicos, sociais e também ambientais, defende Paula Simões, economista e professora do Instituto Politécnico de Leiria. Recorde-se que este instituto integra o projeto Floresta Conjunta que, entre os seus trabalhos, desenvolveu o documento “Gestão Conjunta da Floresta – abordagem exploratória ao caso português” que sublinha: estes benefícios serão “tanto maiores quanto maior for a sensibilidade dos proprietários às questões da conservação dos recursos naturais e à preservação dos processos ecológicos”.