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Óleos Essenciais

Óleo essencial de eucalipto: menos inflamação, melhor respiração

O óleo essencial de eucalipto tem reconhecidas propriedades balsâmicas, antimicrobianas e antissépticas. Por isso, é muito usado para ajudar na recuperação de problemas no sistema respiratório.

O Eucalyptus globulus – o mais comum em Portugal – é uma das espécies de eucalipto cujo óleo essencial é utilizado para fins medicinais, em especial como descongestionante e anti-inflamatório, indicado para ajudar a:

  • Combater inflamações do sistema respiratório, desde garganta a brônquios;
  • Desobstruir as vias respiratórias;
  • Reduzir a produção e viscosidade do muco;
  • Eliminar a expetoração e acalmar o catarro e a tosse;
  • Aliviar dores e inflamações da boca.

Nas folhas do eucalipto existem umas pequenas bolsas translúcidas. São estas que acumulam os compostos extraídos sob a forma de óleo essencial.

O óleo essencial de eucalipto é um poderoso aliado

 

O óleo essencial de eucalipto (Eucalyptus globulus) obtém-se por destilação das folhas ou ramos jovens e é rico em eucaliptol – conhecido na ciência como cineole ou 1,8-cineole –, explica o artigo científico “Óleos Essenciais de espécies de Eucalyptus”. Este composto de aroma semelhante à cânfora tem ação terapêutica comprovada no combate a diversas inflamações e no alívio da dor.

Podemos encontrar o óleo essencial de eucalipto como componente de vários medicamentos à venda em farmácias e parafarmácias, em formulações que o juntam a outros ativos, e em formatos tão diferentes como cápsulas, pastilhas e drageias, vaporizadores, pomadas ou unguentos e elixires. Mas atenção que os óleos essenciais não devem ser usados ou consumidos puros e os medicamentos que os contêm nem sempre são indicados para todos, devendo ser respeitadas as indicações terapêuticas e as doses recomendadas.

O óleo de eucalipto medicinal, para ser considerado óleo essencial, tem de conter um mínimo de 70% de cineole. As concentrações registadas deste componente no Eucalyptus globulus podem variar entre 48,6% e 85%, de acordo com diferentes estudos citados pela Agência Europeia de Medicamentos.

Eucalipto: das receitas da avó à aromaterapia

 

Lembramo-nos certamente das mezinhas das nossas avós e o eucalipto está presente em muitas delas, já que na sabedoria popular tem sido usado em chás e xaropes caseiros (juntamente com outras plantas e ingredientes, como agrião, poejo e casca de cebola), para combater desde dores de estômago a diabetes e diarreias, além de problemas respiratórios.

A infusão das folhas em aplicação externa também é popular e é usada, por exemplo, em problemas da pele e couro cabeludo.

Misturado com óleo de massagem ou diluído na água do banho, há quem lhe reconheça benefícios no alívio das dores reumáticas, das musculares e da fadiga. Estes saberes têm sido aproveitados pela aromaterapia, onde encontramos queimadores, vaporizadores, óleos de massagem, loções e cremes nos quais o óleo de eucalipto é mesmo essencial.

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Descoberto pelos aborígenes

De onde vieram estes conhecimentos? Sendo o eucalipto nativo da Austrália, as suas folhas eram já usadas pelos aborígenes para fins medicinais. Estes saberes ancestrais deverão ter começado a ser assimilados pelos colonos britânicos, viajando, por esta via, para outras geografias. O óleo de eucalipto (Eucalyptus piperita) foi um dos primeiros produtos enviados da Austrália, em 1789.

Pensa-se, no entanto, que navegadores de diferentes origens – incluindo asiáticos e portugueses – terão desembarcado em territórios que hoje integram a Austrália, pelo que as primeiras aprendizagens podem ser ainda mais antigas. Por volta de 1870, as folhas e raminhos do Eucalyptus globulus eram já uma fonte de óleo para conservantes, desinfetantes, desodorizantes e sedativos. Este óleo, proveniente das florestas naturais da Tasmânia, tornou-se um artigo habitual na Europa.

Perfumaria, cosmética, higiene e muito mais

Os óleos essenciais isolados de diferentes espécies de eucalipto têm composições distintas. Além deste óleo com alto teor de cineole usado em especial para fins medicinais, outros se destacam pelas suas utilizações na perfumaria, incluindo dois provenientes do eucalipto citriodora ou eucalipto-limão (Corymbia citriodora) e do eucalipto staigeriana (Eucalyptus staigeriana), como salienta o artigo “Óleo essencial de eucalipto”, publicado por investigadores da Universidade de São Paulo.

Portugal é um dos maiores produtores mundiais de óleo de eucalipto e exporta a maior parte para os Estados Unidos, França, Alemanha e Holanda. Atualmente, o maior fornecedor global de óleo essencial de eucalipto (Eucalyptus globulus) é a China, país que emprega cerca de 500 mil pessoas nesta indústria, segundo dados da IFEAT – Federação Internacional de Comércio de Óleos Essenciais e Aromáticos.  

Em ambos os casos, salientam-se os seus aromas frescos e cítricos, com fragrâncias que lembram limão. É por este motivo que o seu uso é comum  nos perfumes, cosméticos e sabonetes, mas também em muitas outras aplicações que beneficiam destes aromas, incluindo o fabrico de velas, de produtos de limpeza doméstica e de repelentes de insetos.

Segundo o site especializado oleosessenciais.org, as aplicações dos óleos essenciais de eucalipto vão ainda mais além. Há registos da sua utilização na indústria alimentar e bebidas (na qual desempenham funções bastante mais complexas, como as que estão relacionadas com a inibição de reações enzimáticas indesejadas) ou até mesmo na odontologia (contribuindo para dissolver um material de obturação usado pelos dentistas).