Ouvimos frequentemente a palavra “gestão” associada ao mundo dos negócios, mas na floresta a gestão também é essencial. Enquanto nas empresas o desafio é gerir os vários recursos estruturais, financeiros e humanos, na floresta é necessário compatibilizar, de forma sustentável, os múltiplos usos, recursos naturais, bens e serviços que podem ser oferecidos por estes ecossistemas. Não intervir no espaço florestal (gestão passiva) é uma opção possível. No entanto, tendo em conta que os recursos florestais são escassos e que a sua procura continua a aumentar, a gestão ativa e responsável é imprescindível para salvaguardar a produção e preservar as florestas naturais.
A redução global das áreas florestais naturais no mundo é um facto preocupante. As florestas primárias estão praticamente extintas na Europa. Em Portugal, como na maioria dos outros países, a maior parte dos espaços florestais foram plantados, incluindo os de espécies autóctones. Tanto as áreas florestais naturais, como as plantadas, carecem de gestão ativa.
Em paralelo, estima-se que a procura de produtos derivados da madeira continue a aumentar nas próximas décadas, fruto do aumento da população, do crescimento económico e do aumento do poder de compra dos países em desenvolvimento. Este incremento do consumo vai aumentar a pressão já existente sobre os recursos naturais do planeta.
Prevê-se que a procura global de madeira, que rondava os 3,4 mil milhões de metros cúbicos (m3) em 2010, possa quadruplicar e chegar aos 13 mil milhões de m3 em 2050. Este valor reflete o aumento da procura de madeira como fonte de energia e do consumo de produtos de madeira. Contudo, esta projeção não considera os acréscimos decorrentes de outros usos potenciais da madeira, como os novos biomateriais e bioprodutos nas economias emergentes.