Quercus orocantabrica, Quercus estremadurensis, Quercus pseudococcifera e Quercus airensis são quatro nomes a reter da “Nova lista anotada dos carvalhos portugueses”. Estes são os nomes das espécies de carvalhos que passam a constar entre os Quercus nativos e o seu reconhecimento já foi feito pela comunidade botânica internacional.
A revisão das espécies de carvalhos portugueses, divulgada num artigo científico publicado pela revista “Mediterranean Botany”, resulta de um trabalho desenvolvido por uma equipa de biólogos portugueses, liderada pelo investigador Carlos Vila-Viçosa, que desenvolve a sua atividade no CIBIO-InBio, no Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto e no Biopolis.
Após vários anos de investigação, envolvendo trabalho de campo, revisão da literatura científica, análise de coleções botânicas preservadas em vários herbários (em museus portugueses e internacionais) e, em casos particulares, estudos moleculares (ADN), foi possível identificar características únicas de várias espécies e até de híbridos entre as espécies de carvalhos já conhecidas em Portugal.
Esta descodificação permitiu clarificar incertezas relativas à taxonomia e nomenclatura que, em alguns casos, persistiam há mais de um século. Foi assim que se individualizaram as “novas” espécies de carvalhos portugueses:
– dois deles inserem-se no conceito geral de carvalhos pedunculados (em que as bolotas se sustêm em pedúnculos ou hastes bem visíveis) – Quercus orocantabrica e Quercus estremadurensis;
– os outros dois inserem-se no grupo dos carrascos – Quercus pseudococcifera e Quercus airensis.