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Alterações Climáticas

Quais são as principais consequências das alterações climáticas?

As consequências das alterações climáticas fazem-se sentir na atmosfera, no oceano e em terra, e têm levado a um aumento dos danos e da insegurança para as populações em todas as regiões do mundo.

Entre os fenómenos relacionados com as alterações climáticas que têm consequências mais visíveis, salientam-se, entre outros, e de acordo com o relatório síntese “Climate Change Report 2023 (Alterações Climáticas 2023) do IPCC – Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas:

  • Aquecimento da temperatura da atmosfera, do oceano e da superfície terrestre. Por exemplo, entre 2011-2020, a temperatura média da superfície terrestre já tinha aumentado 1,1 ºC face ao período entre 1850-1900. O ritmo a que ocorre este aumento tem-se intensificado desde 1970.
  • Aumento do nível médio do mar. A altitude média dos oceanos subiu cerca de 20 centímetros entre 1901 e 2018. Os aumentos mais significativos ocorreram desde 2006.
  • Aumento da frequência e intensidade de eventos meteorológicos e climáticos extremos como ondas de calor, precipitação intensa, secas e ciclones ou furacões tropicais, e aumento da probabilidade de ocorrerem diferentes eventos extremos em simultâneo.

 

Consequências das alterações climáticas são críticas para os ecossistemas

 

Em resultado destes e de outros fenómenos associados às alterações climáticas, este relatório síntese de 2023 lembra que já foram causados danos substanciais em diferentes ecossistemas, incluindo terrestres, de água doce, costeiros, oceânicos e glaciares.

Centenas de espécies locais já se extinguiram, com estas perdas a serem impulsionadas pelo aumento da magnitude dos extremos de calor. Em alguns casos, ocorreram já eventos de mortalidade em massa, tanto em terra como no mar.

Em alguns ecossistemas, as consequências das alterações climáticas aproximam-se de um ponto de não retorno, com perdas críticas, como acontece na sequência do degelo dos glaciares e do permafrost (solo que se mantinha permanente congelado).

Eventos extremos de seca, altas temperaturas e ventos intensos (por vezes combinados) têm contribuído para a destruição de vastas áreas de floresta: pelo aumento de stress (por exemplo, stress hídrico devido a secas prolongadas) que reduz a vitalidade dos ecossistemas, tornando-os mais vulneráveis a pragas e doenças; por danos diretos (queda de árvores devido ao vento); ou pela criação de condições propícias a incêndios de grande intensidade.

 

 

Os exemplos deste tipo de consequências têm vindo a acumular-se em praticamente todo o mundo. Vejam-se os incêndios que ocorreram em Portugal em outubro de 2017, para os quais contribuíram a seca, a falta de humidade no solo e os ventos do Furacão Ofélia, ou os mais severos incêndios de que há registo no Canadá, em 2023, que os cientistas relacionam com o tempo quente e seco que se fez sentir desde o início do ano e com as temperatura recorde entre maio e julho.

Igualmente relevantes são os danos provocados pelo vento e a chuva. Por exemplo, na Alemanha, as tempestades (chuvas intensas, cheias e ventos) têm sido reportadas como causa de perda significativas de área florestal e a estas consequências das alterações climáticas junta-se o aumento dos ataques de pragas florestais (intensificados pela seca e aumento das temperaturas), que têm obrigado à realização de cortes sanitários.

Outra das consequências das alterações climáticas para as florestas é a redução da produtividade vegetal, em especial nas zonas mais pressionadas pelas secas prolongadas, e a alteração das áreas de distribuição natural das espécies.

 

Consequências das alterações climáticas são mais graves para os mais vulneráveis

 

Entre as consequências das alterações climáticas, nomeadamente dos eventos climáticos extremos, estão o aumento da insegurança alimentar e a dificuldade de acesso a água. Ambas são mais graves nas regiões consideradas mais vulneráveis às alterações climáticas – que incluem zonas em África, Ásia, América do Sul e Central, pequenas ilhas e Ártico -, e junto de comunidades indígenas, pequenos produtores de alimentos e agregados de baixo rendimento, revela o relatório síntese “Climate Change Report 2023”, que indica também:

  • Em consequência das alterações climáticas e de outros fatores conjugados, aproximadamente metade da população mundial enfrenta escassez grave de água durante pelo menos parte do ano.
  • Nas regiões consideradas mais vulneráveis, a mortalidade humana causada por inundações, secas e tempestades foi 15 vezes maior do que em regiões com baixa vulnerabilidade, entre 2010 e 2020.
  • Os eventos extremos e a subida do nível do mar têm levado ao aumento das deslocações das populações em pequenas ilhas, países africanos, asiáticos e da América do Sul e Centro, mas também da América do Norte.
  • Independentemente da região do mundo, o aumento das ondas de calor extremo resultou no acréscimo da mortalidade e morbilidade (taxa de portadores de uma determinada doença numa população) humanas.
  • A ocorrência de doenças transmitidas por alimentos e água, assim como a incidência de doenças transmitidas por vetores, também aumentou.
  • Aproximadamente 3,3 a 3,6 mil milhões de pessoas vivem em contexto de elevada vulnerabilidade às alterações climáticas.
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