Alterações Climáticas
As consequências das alterações climáticas fazem-se sentir na atmosfera, no oceano e em terra, e têm levado a um aumento dos danos e da insegurança para as populações em todas as regiões do mundo.
Entre os fenómenos relacionados com as alterações climáticas que têm consequências mais visíveis, salientam-se, entre outros, e de acordo com o relatório síntese “Climate Change Report 2023” (Alterações Climáticas 2023) do IPCC – Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas:
Em resultado destes e de outros fenómenos associados às alterações climáticas, este relatório síntese de 2023 lembra que já foram causados danos substanciais em diferentes ecossistemas, incluindo terrestres, de água doce, costeiros, oceânicos e glaciares.
Centenas de espécies locais já se extinguiram, com estas perdas a serem impulsionadas pelo aumento da magnitude dos extremos de calor. Em alguns casos, ocorreram já eventos de mortalidade em massa, tanto em terra como no mar.
Em alguns ecossistemas, as consequências das alterações climáticas aproximam-se de um ponto de não retorno, com perdas críticas, como acontece na sequência do degelo dos glaciares e do permafrost (solo que se mantinha permanente congelado).
Eventos extremos de seca, altas temperaturas e ventos intensos (por vezes combinados) têm contribuído para a destruição de vastas áreas de floresta: pelo aumento de stress (por exemplo, stress hídrico devido a secas prolongadas) que reduz a vitalidade dos ecossistemas, tornando-os mais vulneráveis a pragas e doenças; por danos diretos (queda de árvores devido ao vento); ou pela criação de condições propícias a incêndios de grande intensidade.
Os exemplos deste tipo de consequências têm vindo a acumular-se em praticamente todo o mundo. Vejam-se os incêndios que ocorreram em Portugal em outubro de 2017, para os quais contribuíram a seca, a falta de humidade no solo e os ventos do Furacão Ofélia, ou os mais severos incêndios de que há registo no Canadá, em 2023, que os cientistas relacionam com o tempo quente e seco que se fez sentir desde o início do ano e com as temperatura recorde entre maio e julho.
Igualmente relevantes são os danos provocados pelo vento e a chuva. Por exemplo, na Alemanha, as tempestades (chuvas intensas, cheias e ventos) têm sido reportadas como causa de perda significativas de área florestal e a estas consequências das alterações climáticas junta-se o aumento dos ataques de pragas florestais (intensificados pela seca e aumento das temperaturas), que têm obrigado à realização de cortes sanitários.
Outra das consequências das alterações climáticas para as florestas é a redução da produtividade vegetal, em especial nas zonas mais pressionadas pelas secas prolongadas, e a alteração das áreas de distribuição natural das espécies.
Entre as consequências das alterações climáticas, nomeadamente dos eventos climáticos extremos, estão o aumento da insegurança alimentar e a dificuldade de acesso a água. Ambas são mais graves nas regiões consideradas mais vulneráveis às alterações climáticas – que incluem zonas em África, Ásia, América do Sul e Central, pequenas ilhas e Ártico -, e junto de comunidades indígenas, pequenos produtores de alimentos e agregados de baixo rendimento, revela o relatório síntese “Climate Change Report 2023”, que indica também:
Alterações Climáticas
As florestas são os ecossistemas terrestres com maior capacidade de sequestro de carbono, retendo-o nos seus produtos, que podem substituir materiais e energia de origem fóssil. Plantar e cuidar da floresta são ações prementes para mitigar os impactes do aquecimento global decorrente das alterações climáticas.
Fogo
2003, 2005 e 2017 foram os anos dos mais severos incêndios rurais e contribuíram para que a área ardida em Portugal fosse das maiores da Europa nas duas últimas décadas. Para além de refletirem mudanças na utilização do espaço rural, estes registos estão diretamente relacionados com condições meteorológicas extremas.
Alterações Climáticas
Aumentar a área florestal, promover a resiliência da floresta e utilizar mais produtos lenhosos que, depois de transformados, continuam a armazenar carbono, são três pontos centrais para fazer da floresta um sumidouro mais eficiente dos gases com efeito de estufa (GEE) em contexto de emergência climática.