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Floresta Portuguesa

Quando se começaram a plantar castanheiros e como evoluiu esta cultura na Europa?

As primeiras evidências da cultura de castanheiro por ação humana datam do terceiro milénio antes de Cristo na zona Leste da Europa (Península da Anatólia, Nordeste da Grécia e Sudeste da Bulgária) e na Itália central. A noção de que foi nesta época e regiões que se começaram a plantar castanheiros deve-se a indícios de pólen encontrados, os quais mostram que o castanheiro era cultivado juntamente com outras árvores, como a oliveira (Olea sp.), a nogueira (Juglans regia) e o freixo (Fraxinus ornus), assim como com cereais.

A partir dessas regiões, primeiro os Gregos e depois os Romanos, difundiram a cultura para o ocidente. Na idade média, já era comum plantar castanheiros para a produção de madeira e castanha, que constituía a base da alimentação das populações rurais dos países do Mediterrânico e do sul da Europa Central.

O castanheiro tornou-se, assim, numa espécie com grande importância económica, cultural e histórica – uma árvore folhosa de uso múltiplo, que combina a aptidão florestal e frutícola. Com uma longa tradição em plantar castanheiros, esta cultura mantém-se na Europa, principalmente nas regiões montanhosas da região mediterrânica, com destaque para países como Itália, França, Grécia, Espanha e Portugal.

Apesar da sua importância, não se sabe ao certo qual a área de castanheiro na Europa. Uma estimativa publicada em 2004 apontou para 2,53 milhões de hectares, dos quais dois milhões correspondiam a florestas em que o castanheiro era espécie dominante e a restante área (0,53 milhões) era ocupada por povoamentos para produção de fruto (20,9% da área total de castanheiro). De acordo com as estatísticas da FAO, existiam em 2021 cerca de 145 mil hectares de castanheiros na Europa a produzir castanha.

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