– É uma das poucas plantas cultivadas de origem mediterrânica. A sua difusão é antiga e as referências à espécie em Portugal também. O Código Visigótico, do ano de 560 d.C., estipulava multas para quem arrancasse oliveiras alheias (o povo visigodo ocupou a península ibérica entre o século V e VIII). Já antes, Estrabão, filósofo, historiador e geógrafo grego, que viveu no final do século I a.C., falava de olivais no Ribatejo. Existem dezenas de topónimos relacionados com a oliveira no nosso país – como Olivais ou Azeitão -, além de várias famílias Oliveira e até nomes próprios, como Olívia ou Olívio.
– Pode viver centenas ou até milhares de anos, mas como os seus troncos vão ficando ocos à medida que crescem, perdendo a parte mais antiga da madeira, não é possível datar estas árvores com precisão, nem pela contagem dos anéis de crescimento, nem pelo método de datação de carbono. Face a esta dificuldade, a UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro desenvolveu um método alternativo: uma estimativa baseada em medições das árvores. Embora não seja reconhecido pela restante comunidade científica, este método estimou a existência de oliveiras com mais de 2000 anos e a que poderá ser a árvore mais velha em Portugal.
– Tem o seu nome derivado do latim oliva, mas as origens da palavra vêm do grego elaia ou do grego micênico elaiva, que significam óleo.
– Os textos bíblicos dizem que a espécie sobreviveu ao dilúvio e ficou associada à paz, quando uma pomba voltou à arca de Noé com um ramo de oliveira no bico. Picasso usou esta mesma ideia na sua Pomba da Paz, em 1949. Além desta ligação ao Cristianismo, a oliveira e o azeite são também respeitados no Judaísmo e Islão, estando associados à luz, purificação e substância.