Não haverá português que não conheça o sobreiro, quer pela sua casca característica – a cortiça -, quer porque é a espécie florestal mais disseminada nas várias regiões do país, com maior presença no Ribatejo e Alentejo.
O sobreiro ocupa 720 mil hectares do território continental e cobre 22,3% da nossa floresta, segundo o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6, ICNF, 2019). Espécie autóctone do sudoeste da Bacia Mediterrânica, a sua distribuição abrange vários países do sul da Europa e do norte de África, onde ocupa uma área de 2,2 milhões de hectares, metade dos quais no sul da Península Ibérica.
Trata-se de um carvalho de folha persistente, que nasce e cresce em solos pouco férteis e ácidos, mas não tolera solos calcários, excessivamente argilosos, mal drenados ou com encharcamento prolongado. Não tolera igualmente invernos frios. Através da evolução e da seleção natural, o sobreiro desenvolveu características estruturais e fisiológicas que lhe permitem sobreviver às altas temperaturas e escassez de água típicas do verão no clima mediterrânico: