O inverno ainda não acabou quando o rosa intenso dos primeiros botões florais da olaia (Cercis siliquastrum) antecipa a chegada da primavera. Mas se é a cor e beleza das flores que dá à olaia o seu valor ornamental, o que lhe dá o epiteto de “árvore do amor” são as suas folhas, cuja forma lembra um coração.
Nesta árvore de folha caduca, as flores precedem o nascimento das novas folhas. Em fevereiro e março, já as olaias estão a florir. E em abril, quando o verde das folhas se faz notar, os abundantes cachos rosa dominam toda a copa, nascidos dos seus ramos e até do tronco principal.
À beleza da sua floração deve-se a escolha da olaia como espécie ornamental e a sua profusa presença em jardins e arruamentos de praticamente todas as cidades próximas do mediterrâneo, lado-a-lado com icónicos monumentos e edifícios históricos, desde a Ponte Vecchio, em Florença, à Notre Dame, em Paris.
Comum também em Portugal, a árvore do amor pode ser vista de norte a sul, pelas ruas do país, em muitos dos seus parques e jardins – Serralves, no Porto, Gulbenkian, em Lisboa e Tapada de Mafra, por exemplo – e também junto a várias atrações turísticas, como em Óbidos (na foto).
Mas para a ampla presença da árvore do amor contribui também o facto de a olaia ser uma espécie habituada a climas quentes, que resiste às elevadas temperaturas de verão e cresce em variados tipos de solo – dos argilosos aos calcários. Originária da região mediterrânea oriental (de países como Grécia, Turquia, Israel e Egito), esta pequena árvore, que pode atingir 8 m de altura, encontra boas condições em grande parte do litoral mediterrâneo, onde é há muito cultivada (por sementes ou estaca).