No final do último período glacial (glaciação de Würms), há cerca de 10 mil de anos, o clima começou a aquecer, o que permitiu a expansão da vegetação e, também, da humanidade. Dessas florestas primárias pouco nos resta: perdemos cerca de um terço da área de floresta e metade – cerca de mil milhões de hectares – desapareceu no último século.
Florestas, prados e matos têm vindo a ser substituídos por áreas agrícolas e de pastagens, de tal forma que quase metade da área habitável do planeta está ocupada por agricultura: 77% por pastagens e culturas para alimentar gado e 23% por áreas agrícolas para alimentação humana, segundo o Our World in Data.
A conversão de terras florestais em áreas agrícolas é considerada a maior ameaça no que respeita à transformação dos ecossistemas a nível mundial. A instalação de pastagens para o gado, as plantações de palma para a produção de óleo, assim como de soja, cacau, borracha, café e árvores para fibra de madeira, em países tropicais, são responsáveis por mais de metade da desflorestação mundial.
Só a instalação de pastagens para o gado representou 36% da perda de coberto florestal para a agricultura, entre 2001 e 2015, e quase metade ocorreu no Brasil. As plantações de palma para produção de óleo foram responsáveis por 8,3% de desflorestação e a produção de soja por mais 6,5%. As restantes plantações (cacau, borracha, café e fibras de madeira) contribuíram conjuntamente para outros 6,4% de perda de área florestal – cerca de 2 milhões de hectares (Mha) cada uma.