Recursos Naturais
Rangelands são áreas onde crescem ervas (gramíneas e semelhantes), arbustos e, por vezes, árvores que podem servir de pasto para o gado, e que proporcionam abrigo e alimento para a vida selvagem. São áreas com vegetação diversa, muito influenciadas pela chuva, temperatura e outros fenómenos climatéricos, sendo habitat para uma grande variedade de espécies selvagens, incluindo muitas que não são encontradas noutros lugares.
Estas áreas cobrem quase 80 mil milhões de km2 (ou 8000 mil milhões de hectares), o equivalente a 54% da superfície terreste e dividem-se em sete tipos de ecossistemas:
1. Desertos e matos típicos de ambientes secos – chamados matos xéricos. São o maior destes biomas: ocupam 19% da superfície terrestre e representam 35% das Rangelands;
2. Matos, savanas e prados tropicais e subtropicais. Segundo maior tipo de Rangelands, representam 26% destas áreas;
3. Zonas de tundra são as terceiras mais representativas (15% dos Rangelands);
4. Matos, savanas e prados de zonas temperadas (13%);
5. Matos e prados de zonas montanhosas (6%);
6. Florestas mediterrânicas, matas e matos (4%). Esta é o ecossistema no qual Portugal está representado;
7. Prados e savanas alagados (1%).
Sendo áreas tão diversas produzem vários bens e serviços valorizados pela sociedade, como seja forragem e pastagem para o gado, madeira e outros produtos lenhosos, regulação da qualidade e quantidade da água, entre outros.
A sua importância reforça-se por serem habitat das mais variadas espécies animais, abrigando um número significativo de vertebrados ameaçados, listados como Vulneráveis, Em Perigo e até Criticamente em perigo na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN, como a doninha-de-patas-pretas ou toirão-americano (mustela nigripes), o mamífero mais ameaçado da América do Norte, ou o rinoceronte-indiano (Rhinoceros unicornis), por exemplo. Esta é uma das razões por que 1,7% das áreas globais de Rangelands (1341354 km2, cerca de 1% da superfície terrestre global) estão classificadas como áreas-chave de biodiversidade (KBA – Key Biodiversity Areas).
Mapa de distribuição global dos diferentes tipos de rangelands
Ambiente
Num mundo onde poucas são as zonas sem impactes da atividade humana, a definição de áreas naturais pode ser desafiante. Considerando as zonas com pouca ou nenhuma intervenção humana, a OCDE reportou que, em 2019, mais de metade do território dos países do mundo correspondia a áreas naturais e seminaturais, com maior expressão em países tropicais. Mas o que são áreas naturais, qual a sua importância e como têm evoluído?
Biodiversidade
Dos valores naturais, ao abrigo de múltiplas espécies de fauna e flora, as florestas são verdadeiras reservas de biodiversidade. Em Portugal, os habitats naturais da rede Natura 2000 com interesse prioritário de conservação vão desde os matagais de loureiro na serra de Monchique aos zimbrais nas dunas da Figueira da Foz. Apesar da sua importância, a maioria das áreas identificadas como zonas de interesse comunitário encontra-se em estado inadequado de conservação.
Espécies Florestais
Especiais pela multiplicidade de funções ecológicas e serviços ambientais que proporcionam, as florestas ribeirinhas são verdadeiros corredores de vida que envolvem os cursos de água doce. Conhecer estas florestas e monitorizá-las é essencial para saber como geri-las e protegê-las, alerta este artigo de Francisca Aguiar.