O sistema de montado ocupa grande parte do Parque Natureza de Noudar, com uma extensa área de montado de azinho, mas além das azinheiras (Quercus ilex), podem encontrar-se várias outras espécies, como o sobreiro (Quercus suber), o carrasco (Quercus coccifera) e o zambujeiro ou oliveira-brava (Olea europaea var. sylvestris).
Áreas mais pequenas de olival, azinhal, sobreiral, zambujal e pinhal contribuem para a vertente florestal, cuja gestão está certificada segundo as normas dos sistemas FSC® – Forest Stewardship Council e PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification, com uma abordagem sustentável que pretende salvaguardar a “cobertura vegetal do solo, quer para efeitos de conservação do solo e da água, quer para efeitos de conservação da diversidade biológica”.
Biológico é também o modo de produção aplicado no pomar e nas hortas, onde além de frutos variados e produtos hortícolas, crescem ervas aromáticas, como o alecrim, o tomilho e a alfazema. Estas áreas são essencialmente “montras” de boas práticas agrícolas.
Muitas destas e de outras espécies silvestres crescem, também, dispersas pelos pastos permanentes, por onde deambulam vários animais, em especial os bovinos de raça mertolenga.
O Parque Natureza de Noudar é produtor de carne mertolenga com Denominação de Origem (DOP) e a escolha desta raça autóctone deveu-se não só à tradição que tem nesta região, mas também porque foi nesta herdade que, ao longo do tempo, se apurou uma das quatro pelagens que caracterizam a raça: a pelagem branca, malhada de um tom castanho-avermelhado.
Em paralelo, associou-se ainda à recuperação de uma outra raça autóctone que foi comum no Alentejo, mas quase chegou à extinção: a raça bovina Garvonesa, em que o preto predomina nos corpulentos machos e o castanho-escuro, avermelhado, nas fêmeas.