No Programa TEC Floresta, o RAIZ apoia três frentes de trabalho: a formação técnica a parceiros, as ferramentas de suporte à gestão de eucaliptais e o desenvolvimento (e partilha) de conteúdos técnicos associados ao cultivo de eucalipto em Portugal.
1 – Formação técnica
É uma vertente dirigida a parceiros, nomeadamente produtores florestais, prestadores de serviço, fornecedores de matéria-prima, técnicos de associações de produtores florestais e Grupos de Certificação, focada na partilha de conhecimento sobre diferentes aspetos silvícolas do cultivo do eucalipto, para promover a adoção das melhoras práticas e o aumento da produtividade florestal, aumentando as bases para a gestão florestal de suporte às ações realizadas no dia-a-dia.
O foco formativo do RAIZ incide na silvicultura de eucalipto: abrange as várias fases do ciclo desta cultura, desde a plantação até à condução de povoamentos em talhadia, e disponibiliza todo o conhecimento que é gerado na atividade de I&D passível de ser transferido para terceiros.
As formações são customizadas, preparadas à medida da solicitação do parceiro para que possam responder a questões especificas e a diferentes profundidades e necessidades teóricas e práticas. Assim, a duração, o conteúdo e o local de formação diferem em forma e frequência.
Por exemplo, as sessões para técnicos são usualmente em sala, com uma componente teórica ou teórico-prática, podendo ter (ou não) uma parte no terreno, enquanto para produtores florestais decorrem habitualmente em propriedades florestais, em condições exemplificativas das técnicas a focar e com a sua demonstração. Para as empresas de prestação de serviços há também uma forte componente profissionalizante, focando não só as boas práticas silvícolas, mas também a importância da segurança nas operações florestais, os principais riscos de cada operação e os equipamentos de proteção individual e coletiva.
2 – Ferramentas de suporte à gestão
Nesta segunda frente de trabalho, procuramos disponibilizar ferramentas de suporte à gestão florestal que apoiam o corpo técnico de Organizações de Produtores Florestais, de Grupos de Certificação e empresas do sector.
Esta área abrange duas vertentes:
- A disponibilização de informação ambiental, relativa, por exemplo, à aptidão dos solos e do clima para o cultivo da espécie, partindo de conhecimento produzido pelo RAIZ que dá suporte à decisão num conjunto de etapas essenciais de um projeto florestal.
- A criação de ferramentas que aumentem a eficácia da gestão quotidiana ou melhorem a tomada de decisão. São exemplos a ferramenta de cálculo de volume a partir dos cepos ou a ferramenta de apoio para determinação do Site Index, dado de entrada do modelo WebGlobulus, muito utilizado no sector.
Este trabalho de desenvolvimento de ferramentas surge da interação contínua com parceiros, identificando as lacunas e possibilidades de melhoria. A certificação florestal também promove ativamente esta linha de trabalho, já que é na resolução de não-conformidades que são identificadas muitas das oportunidades para criar ferramentas e dar resposta a lacunas de formação.
Na ótica da melhoria contínua, em 2024, foi criada uma plataforma agregadora para disponibilizar as ferramentas aos parceiros de forma mais proficiente, o i-TEC Floresta, acessível apenas aos técnicos através do site do Clube Produtores Florestais.
3 – Desenvolvimento e divulgação de conteúdos técnicos associados ao cultivo de eucalipto em Portugal
Também nesta linha de trabalho, os conteúdos são desenvolvidos à medida de diferentes interlocutores, com detalhe, forma e conteúdo estabelecidos em conformidade. Os conteúdos produzidos incluem desde manuais técnicos e folhetos de boas práticas silvícolas a cuidados a observar nas operações florestais. Encontram-se disponíveis de forma gratuita e aberta na Biblioteca do Conhecimento do referido site do Clube Produtores Florestais.
Este modelo de trabalho, embora árduo, por ser segmentado e customizado, com uma concretização mais difícil em recursos e tempo, tem conseguido responder de forma mais eficaz a diferentes expectativas e necessidades, acelerando a aplicação dos conhecimentos e a adoção de ferramentas em muitos sistemas de gestão de eucaliptais.