O género botânico Eucalyptus spp. pertence à grande família das Mirtáceas (Myrtaceae), que engloba plantas tão diversas como a murta, nativa em Portugal, o cravinho, a pimenta ou a goiaba. Este género possui quase 800 espécies, que se encontram principalmente na região da Oceânia, com 99% na Austrália e as restantes na Indonésia, Timor Leste, Papua Nova Guiné e Filipinas.
O eucalipto chegou a Portugal no início do século XIX e à semelhança do jacarandá (Jacaranda mimosifolia) que adorna as ruas de Lisboa com a sua floração roxa, também ele foi valorizado como espécie ornamental. Para além do aroma das folhas e dos frutos em forma de botão, a madeira de eucalipto começou por ser usada na construção de travessas para os caminhos-de-ferro e na estrutura das minas, entre outros fins.
Desde meados do século XX que o eucalipto mais comum em Portugal, o Eucalyptus globulus, tem sido plantado como fonte de madeira para produzir pasta para papel de reconhecida qualidade. Desde então, a área de plantação de eucalipto cresceu e em 2015 representava 845 mil hectares em Portugal, cerca de um quarto da floresta nacional (26%), de acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6, 2019). O eucalipto tem maior presença na região litoral centro (40,2% da área florestal), onde está mais bem-adaptado, com uma representatividade um pouco inferior à dos pinhais e outras espécies resinosas (44,5%).
O crescimento da área florestal de eucalipto traduz a sua importância socioeconómica para muitos proprietários florestais e indústria em Portugal. Esta relevância é possível devido à adaptação do Eucalyptus globulus às características do solo e clima nacionais, em particular nas zonas mais chuvosas e de invernos amenos.