Árvore de grande porte que pode elevar-se até aos 40 metros de altura, com folhas em forma de agulha que se mantêm todo o ano, e raízes profundas que o tornam bastante resistente ao vento, o pinheiro-bravo é a espécie resinosa mais comum de norte a sul de Portugal e também a mais abundante das coníferas, ou seja, das plantas que produzem pinhas.
De nome científico Pinus pinaster Aiton, esta espécie de crescimento rápido e longevidade média – a sua vida não ultrapassa em muito os 200 anos – representa 22% da floresta em Portugal continental e está também presente nos arquipélagos dos Açores e Madeira.
Resistente à seca, ao frio e às geadas, o pinheiro-bravo consegue crescer em condições desfavoráveis, com exceção para a sombra, pois é intolerante ao ensombramento. Apesar de encontrar melhores condições em zonas de temperatura média anual entre 11º a 15º C. e de precipitação média anual entre 550-1200 mm (com pelo menos 100 mm no verão), consegue desenvolver-se em quase todo o país, até aos cerca de 700 a 900 metros de altitude.
O pinheiro-bravo também é tolerante a solos pobres e degradados, embora prefira os siliciosos, permeáveis, soltos e arenosos, com profundidades entre os 30 e os 60 cm, onde as raízes se podem desenvolver. Não tolera, no entanto, níveis muito elevados de salinidade ou calcário.
Esta sua adaptabilidade, a par da elevada produção de sementes, contribuiu para que tenha sido, por excelência, a espécie escolhida para a arborização das dunas litorais e dos baldios serranos, integrando as mais antigas iniciativas de florestação planeada em Portugal. Nas regiões autónomas, estas suas características têm ainda permitido a plantação de floresta em terrenos muito declivosos, como proteção contra a erosão e enxurradas.