5 produtos da floresta para utilizar no dia a dia

O uso do papel é indispensável no quotidiano e este é dos produtos da floresta mais reconhecidos. As folhas são usadas diariamente como meio de impressão e partilha de informação, em livros, revistas ou, simplesmente, na impressão de informação do seu computador, por exemplo. Mas a presença do papel vai muito além disto. Basta lembrar as aplicações em notas (papel moeda), em embalagens, em material de higiene diária e mesmo na medicina.

O seu processo de fabrico implica o cozimento da madeira para a produção de uma pasta que, depois, é transformada em papel. A madeira mais indicada para produzir o papel de impressão e escrita com melhor qualidade é a que tem origem no eucalipto. Graças à inovação no setor, este processo é cada vez mais sustentável e eficiente.

A gestão florestal na indústria do papel é certificada e auditada por entidades independentes. A taxa de reciclagem de papel e cartão na Europa é de 72%, segundo as Key Statistics 2017 da CEPI – Confederação Europeia das Indústrias do Papel.

Seja a trabalhar à secretária, sentado numa cadeira ou deitado numa cama, as probabilidades de recorrer a várias peças de mobiliário em madeira no dia-a-dia são elevadas. O mobiliário tem origem em toros de madeira, depois transformados em madeira serrada ou painéis. Com um toque de design e a junção de outros materiais, o mobiliário fica pronto a ser usado.

Úteis e robustos, estes produtos da floresta são parte essencial do bem-estar e conforto das pessoas e de uma das indústrias tradicionais do território português. De importância económica inegável, o setor tem vindo a aumentar o número de exportações nos últimos anos, segundo informação das Contas Económicas da Silvicultura 2017, publicadas em junho de 2019. Mesmo assim – e de acordo com a Associação das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Portugal (AIMMP) –, face à escassez de matéria-prima, as importações de madeira para o setor já representam cerca de 30% da madeira consumida. A tendência é que este valor se agrave nos próximos anos, devido aos incêndios, assume ainda a AIMMP.

Usar, mascar e deitar fora. Esta é a premissa da pastilha elástica, utilizada por quase todo o mundo como forma de aliviar o stress, combater o mau hálito e incentivar a concentração. Associar a pastilha elástica a um produto da floresta pode parecer estranho à primeira vista. No entanto, as pastilhas vêm de um hábito milenar de mascar resina da árvore (ou outras substâncias, como cera) e as primeiras pastilhas elásticas começaram a ser produzidas exatamente com resina. Fruto do sucesso comercial deste produto, as marcas passaram a usar “goma base” na composição das pastilhas. Esta goma é sintetizada a partir de derivados de petróleo, mas tem látex natural ou resina de árvores na sua composição.

As pastilhas elásticas são apenas um dos vários produtos resultantes da fileira da resina, que extrai este líquido viscoso de incisões feitas nos troncos e ramos. Em Portugal, a extração é feita nos pinheiros-bravos e mansos. Depois da extração, a resina passa por dois processos de transformação industrial até se tornar colofónia. É a partir deste material que depois se produzem as pastilhas elásticas.

De cada vez que um bom vinho é aberto, há um som inconfundível da rolha de cortiça a sair do gargalo. Vedante natural do néctar dos deuses, que sela o vinho sem o impedir de “respirar”, a rolha de cortiça é o produto tradicional da fileira da cortiça, extraída da casca do sobreiro. Logo, é também uma parte natural da floresta que chega à sua mesa, embebida nos aromas do vinho.

Só em Portugal são produzidas diariamente 40 mil rolhas, contabiliza a APCOR – Associação Portuguesa de Cortiça nas suas estatísticas oficiais. É incontornável: a rolha é a “menina dos olhos” deste subsetor e 72% dos produtos da cortiça têm como destino a indústria vinícola. As rolhas representam ainda 72% das exportações de cortiça (segundo dados de 2017, no Anuário 18/19 da APCOR).

Enroladas num cartucho de papel, ainda quentinhas, não há quem resista ao cheiro de castanhas assadas pelas ruas. Este é um produto de largo consumo em Portugal, sobretudo em época de São Martinho, mas a sua importância estende-se além-fronteiras, destacando-se nos frutos secos, a par do pinhão, pela sua balança comercial positiva, como reforça o CNCFS  – Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos.

Semente que vem no interior dos ouriços (o fruto do castanheiro, Castanea sativa), a castanha tem aplicações que vão além do seu consumo direto): desde a doçaria, em purés, doces, licores, farinha e até na forma de marron glacé, entre outros, numa tendência cada vez mais gourmet. Quanto à dimensão da sua produção nacional, ela situa-se entre as 45 mil e 50 mil toneladas anuais, segundo as contas da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha.