Biodiversidade
O Millennium Ecosystem Assessment foi a primeira iniciativa global desenvolvida com o objetivo de avaliar as consequências das alterações que se registavam nos ecossistemas e de formular as medidas necessárias para a respetiva conservação e uso sustentável.
Iniciado em 2001, o Millennium Ecosystem Assessment – MEA reuniu, até 2005, mais de 1360 especialistas que desenvolveram uma profunda avaliação científica sobre a condição e as tendências dos ecossistemas mundiais e dos serviços por estes prestados. O relatório dele resultante descreve como é que as ações humanas alteraram os ecossistemas ao longo dos 50 anos anteriores e fornece as bases científicas para a definição de ações que permitam a conservação e uso sustentável dos serviços dos ecossistemas (um conceito popularizado por este trabalho) nos 50 anos seguintes.
As principais conclusões do Millennium Ecosystem Assessment, o primeiro dos relatórios sobre biodiversidade e serviços do ecossistema, no início do século XXI, indicam que:
• Nos 50 anos anteriores, a humanidade alterou os ecossistemas de forma mais extensa e rápida do que em qualquer outro período da história. A procura crescente por alimento, água doce, madeira, fibra e combustível resultou em perdas irreversíveis na diversidade da Terra.
• As alterações aos ecossistemas resultaram em melhorias no bem-estar e desenvolvimento económico, mas estas melhorias foram conseguidas à custa da degradação de muitos serviços do ecossistema. Estes problemas, se não forem encarados, poderão diminuir os benefícios dos ecossistemas para as gerações futuras.
• A degradação dos serviços dos ecossistemas pode aumentar durante a primeira metade do século XXI.
• Conseguir reverter a degradação dos ecossistemas e ao mesmo tempo manter a procura crescente por serviços irá envolver mudanças significativas nas políticas, instituições e práticas.
O Millennium Ecosystem Assessment foi importante por ser a primeira iniciativa deste género a reunir conhecimento multidisciplinar a focar os impactes das alterações nos ecossistemas para o bem-estar humano. O relatório sintetizou a informação e investigação disponível, tornando-se relevante para apoiar as questões e decisões políticas do momento.
Além de documentar que as atividades humanas estão a pressionar os ecossistemas, mostrou também que, com ações apropriadas e com alterações substanciais nas políticas e nas práticas, é possível reverter a degradação dos serviços dos ecossistemas.
Portugal foi um dos países que tiveram uma Avaliação do Millennium Ecosystem Assessment autónoma e de âmbito nacional. O livro com este trabalho apresenta, entre outros, capítulos com as diferentes classes de ecossistemas analisados – como por exemplo Floresta, Agricultura, Montado e Montanha -, assim como casos de estudo e uma síntese dos resultados obtidos.
Alterações Climáticas
As florestas são os ecossistemas terrestres com maior capacidade de sequestro de carbono, retendo-o nos seus produtos, que podem substituir materiais e energia de origem fóssil. Plantar e cuidar da floresta são ações prementes para mitigar os impactes do aquecimento global decorrente das alterações climáticas.
Solo
Mais do que apenas uma superfície, o solo é um ecossistema complexo. A biodiversidade do solo representa mais de 25% da diversidade de vida terrestre e do seu equilíbrio dependem muitas outras formas de vida. Saiba qual é a importância dos milhares de espécies que habitam o solo – em abundância e variedade – neste artigo em colaboração com a investigadora Isabel Brito.
Biodiversidade
A noção de que o número de espécies tem vindo a reduzir-se, de que há inúmeras em risco de extinção e de que é preciso salvaguardá-las fez da biodiversidade um conceito usado repetidamente. Esta palavra, que surgiu apenas em 1985, tem ganho relevância nos últimos tempos, mas será que sabemos o que significa e temos consciência da sua verdadeira importância?