As estatísticas nacionais indicam que o emprego habitualmente associado à floresta representou 2,25% do total nacional em 2023: cerca de 105 mil pessoas diretamente ao serviço da silvicultura, das indústrias de base florestal, do comércio grossista de madeira e cortiça e dos sapadores florestais. Nesse ano – o último sobre o qual existe, à data, informação oficial – só a silvicultura e a indústria florestal somaram mais de 98 mil pessoas ao serviço.
Os valores divulgados pelo INE – Instituto Nacional de Estatística para os indicadores “número de empresas” e “pessoal ao serviço” tradicionalmente associados à floresta apresentam, no entanto, um retrato incompleto das empresas e do emprego no sector florestal. Deixam de fora as pessoas ao serviço das empresas de comércio grossista e retalhista de papel, cartão e mobiliário. Não incluem as que se dedicam à apanha e venda de produtos florestais não lenhosos, nem às culturas de frutos de casca rija e aos materiais de viveiro que permitem a florestação e reflorestação.
Atividades como a caça, a pesca em águas interiores, as culturas agroflorestais ou os serviços ambientais – que estão, em grande parte, dependentes dos ecossistemas florestais – também não são habitualmente consideradas. Estes dados encontram-se dispersos em estatísticas de outros sectores ou não estão acessíveis para consulta, como acontece com as empresas e empregos relacionados com a produção de cogumelos.
Se considerarmos o emprego associado às atividades relacionadas com a floresta que têm dados oficiais acessíveis, mas não são habitualmente considerados nas estatísticas do sector, há mais de 8 mil empregos adicionais a somar aos já referidos, num total que ultrapassa os 115 mil postos de trabalho. Acresce que o perfil de trabalho florestal, à semelhança de outros tipos de trabalho rural no terreno, é muitas vezes sazonal e mesmo informal. Parte do emprego no sector florestal permanece, assim, como uma atividade de apoio ao rendimento familiar e, com frequência, sem registo oficial. O conjunto de dados disponibilizados nas estatísticas oficiais é, por isso, apenas uma parte da real empregabilidade florestal.