Desde tempos remotos que as madeiras foram usadas para criar utensílios e estruturas cada vez mais complexos, desde abrigos e ferramentas a instrumentos musicais, embarcações e pontes. Cor, cheiro, textura e grão foram alguns dos atributos que ajudaram a diferenciar que utilizações da madeira eram mais adequadas consoante a espécie em causa.
Além destas características sensoriais, começou a perceber-se (por tentativa e erro) que havia madeiras mais macias, mais fáceis de trabalhar e esculpir, outras resistentes a pesos e mais adequadas a aplicações estruturais, e outras mais duráveis à humidade e à água e, por isso, indicadas para embarcações ou pontões.
Hoje, estes conhecimentos sobre as utilizações da madeira assentam num conjunto de parâmetros técnicos, testados e validados, que permitem determinar dezenas de propriedades de cada espécie, incluindo físicas (como a densidade e o teor de água), químicas (como a composição celular), mecânicas (como a resistência à tração ou a flexibilidade) e tecnológicas (o seu comportamento, numa perspetiva prática, de preparação e utilização), além das sua estrutura anatómica (relativa à forma das fibras, dos raios de crescimento ou dos canais de resina, por exemplo).