Sabemos que a biodiversidade é essencial à vida humana, e que o planeta e a economia dependem da sua manutenção, mas à medida que as atividades humanas se estendem a cada vez mais territórios, continuam a reduzir-se os ambientes naturais e a variedade dos organismos neles presentes.
Embora a diminuição e a própria extinção de espécies não sejam fenómenos recentes, pois fazem parte da evolução da vida na Terra, as atividades humanas alteraram o seu ritmo natural, criando perdas mais rápidas e intensas, que têm vindo a colocar em risco um número crescente de espécies e ecossistemas. As extinções das últimas décadas são a parte mais visível desta perda de biodiversidade.
Os principais estudos, relatórios e indicadores globais sobre o tema são unânimes em relação à redução da biodiversidade e têm apresentado resultados coerentes:
• A atividade humana levou à perda e à alteração dos serviços que a natureza providencia – serviços do ecossistema – e contribuiu para a redução de áreas de refúgio de espécies e da biodiversidade que nelas existia. Estas alterações foram mais rápidas nos últimos 50 anos do que em qualquer outro período da história humana, segundo o Millennium Ecosystem Assessment (MEA, 2005), que popularizou o conceito de serviços do ecossistema;
• “A perda da biodiversidade não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão económica, social, de desenvolvimento, de segurança e de moral”, escrevem os autores do relatório do Painel Intergovernamental sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES, 2019), que fez uma avaliação da biodiversidade global e serviços do ecossistema, alertando para a extensão dos impactes da perda de biodiversidade.
• O tamanho das populações de mamíferos, aves, peixes, anfíbios e répteis decresceu cerca de 68% desde 1970, refere o The Living Planet Index (LPI, 2020), que avalia o estado da diversidade biológica global.