Em 1976, Burton Barnes e Jerry Kemperman, dois ecologistas que estudavam a espécie Populus tremuloides, nas proximidades da Fishlake National Forest, no Utah, Estados Unidos, identificaram duas vastas áreas ocupadas por dois clones desta espécie de álamo ou choupo. Com base em fotografias aéreas e estudos no terreno sobre as características das folhas, caules e casca, estimaram que um dos clones ocupava 10,1 hectares e o outro 43,3 hectares. Este último agrupava cerca de 47 mil pés clonais idênticos e era o maior já encontrado. O clone gigante só passou a ser conhecido como Pando mais de 15 anos depois.
Foi num artigo da revista Discover, do cientista Michael Grant, que o nome Pando começou a generalizar-se: “Ao contrário das sequoias gigantes, em que cada uma é um indivíduo geneticamente distinto, um grupo de milhares de álamos pode, na verdade, ser um único organismo, partilhando um sistema radicular e um conjunto único de genes. Assim, nomeámos recentemente um certo álamo, que cresce a sul das Montanhas Wasatch, no Utah, como o organismo vivo mais massivo do mundo. Demos-lhe a alcunha de Pando”, uma palavra latina que significa ‘Eu espalho’, contou Michael Grant neste artigo de divulgação científica de 1993.
Entre 2006 e 2008, os Serviços Florestais dos Estados Unidos, juntamente com investigadores independentes, recolheram e testaram materiais genéticos destas árvores clonais e comprovaram que o Pando é uma única árvore – uma única entidade genética, que cobre aproximadamente 43,6 hectares. E esta árvore, que se propaga em novas árvores geneticamente idênticas, comporta-se como um único organismo vivo.