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Indicadores Económicos

Floresta gera 8,8% das exportações portuguesas

É sabido que a floresta tem uma grande importância na nossa economia, mas quão relevantes são as exportações do sector? E qual o impacte das importações na balança comercial portuguesa? Conheça os valores em detalhe.

A floresta nacional chega além-fronteiras, via comércio internacional. Ao todoas exportações dos materiais e produtos de origem florestal renderam, em 2018, aproximadamente 5,1 mil milhões de euros, de acordo com dados do INE – Instituto Nacional de Estatística (Contas Económicas da Silvicultura Estatísticas do Comércio Internacional/PORDATA). Este valor traduz a importância económica do sector florestal para o equilíbrio da balança comercial, ou seja, a diferença entre as importações e exportações portuguesas. 

A floresta contribui com cerca de 9% para o total de exportações nacionais de bens. Os produtos que mais contribuem são o papel e cartão, a cortiça e o mobiliário de madeira. Embora o valor das exportações do sector tenha vindo a aumentar, o seu peso no total nacional tem vindo a diminuir.

A quantidade de bens exportados tem vindo também a diminuir, especialmente a madeira em bruto. A cortiça e outras matérias-primas de origem florestal, pelo contrário, têm visto a sua quantidade exportada aumentar.  

Exportações de base florestal

2,5 mil milhões de euros são a marca de uma balança comercial positiva

Nos cálculos entre o que é importado e exportado, a balança comercial dos produtos de origem florestal é francamente positiva.

A floresta marca um saldo positivo de 2,58 mil milhões de euros, que se mantém relativamente estável ao longo dos últimos anos – mesmo com a extensa área de território ardido em 2017.

Nesse ano, aliás, o saldo excedentário das trocas comerciais foi até ligeiramente mais favorável do que o registado em 2016, com mais 11 milhões de euros. Estes são valores que reforçam a importância da floresta na economia portuguesa.  

O grande contributo para estes totais surge dos produtos industriais de base florestal, responsáveis pelo impacte positivo da floresta nas contas da balança comercial, tanto em termos de quantidade, como de valor. 

Já do lado das matérias-primas (como a madeira em bruto ou a cortiça natural), as importações superam as exportações, o que se traduz num saldo deficitário.  

 Evolução da balança comercial de base florestal

Evolução da balança comercial das matérias-primas e produtos industriais de base florestal

Papel, cartão e produtos de cortiça representam 68,3% do saldo comercial da floresta

O impacte da floresta nas exportações nacionais deve-se à solidez das indústrias de base florestal. As trocas comerciais dos produtos transformados, como o papel ou as rolhas de cortiça, beneficiam a economia nacional e os números são claros: Portugal recebeu, em 2018, 5,058 mil milhões de euros em exportações de produtos industriais de origem florestal. Considerando as importações, no valor de 2,3 mil milhões euros, o saldo da balança comercial dos produtos da indústria de base florestal é de quase 2,8 mil milhões de euros.   

Nesta “montra” de produtos de base florestal com perfil exportador, há alguns que assumem uma dianteira destacada: papel/cartão e produtos de cortiça – sobretudo as rolhas, mas também materiais de isolamento e calçado, por exemplo – são responsáveis, em conjunto, por 68,3% da balança comercial da floresta, o que corresponde a cerca de 1,7 mil milhões de euros. Seguem-se depois, por importância exportadora, a pasta de papel e papel para reciclar, o mobiliário de madeira e as lenhas (incluindo pellets). Consulte, ao detalhe, qual a importância económica de cada um dos principais subsectores da industrial florestal para a economia nacional. 

Evolução da balança comercial dos principais produtos de origem florestal

 

Défice comercial negativo de 228 milhões de euros
para as matérias-primas florestais

Se alterarmos o foco apenas para as matérias-primas – madeira em bruto, cortiça natural e outros materiais de origem florestal –, a balança comercial tem um perfil muito diferenteEm vez de um saldo positivo, os fluxos de entrada e saída destes materiais resultam em prejuízos, com as importações a ultrapassarem claramente as exportações.

Como resultado, a balança comercial está em terreno negativo, na ordem dos -228 milhões de euros. Isto reflete também a falta de matéria-prima florestal que tem afetado a sustentabilidade do abastecimento de produtos lenhosos nacionais nos últimos anos.

A subida registada nas exportações entre 2016 e 2018 não foi suficiente para compensar o crescimento nas importações, que continuaram a marcar negativamente o saldo comercial das matérias-primas. 

Evolução da balança comercial das matérias-primas florestais