No entanto, só há cerca de meio século, quando a ciência começou a desvendar os “segredos” da sua composição, é que o valor da alfarroba começou a ser realmente reconhecido, em particular nas indústrias farmacêutica, nutracêutica e alimentar, nas quais é hoje amplamente aplicada.
Parte significativa destas aplicações estão relacionadas com a goma extraída da semente da alfarroba: um aditivo de origem biológica ao qual não se conhecem efeitos adversos, o E-410, usado como espessante, estabilizante, emulsionante ou gelificante em medicamentos e alimentos, inclusive em fórmulas para lactantes, mas também na impressão de têxteis e papel ou na cosmética, por exemplo.
Já a polpa da alfarroba, triturada e torrada, dá origem à farinha de alfarroba (ou alfarroba em pó), hoje reconhecida como um substituto do cacau. A fartinha de alfarroba é utilizada na confeção de dezenas de produtos alimentares, incluindo pão, doçaria ou gelados.
Os triturados são também usados na produção de bebidas, desde licores a aguardantes e até cerveja artesanal. São também matéria-prima de alimentos para animais, uma das suas aplicações mais antigas, embora hoje seja usada em novas soluções alimentares para animais de companhia.
Por sua vez, os açúcares extraídos da polpa permitem ainda a produção de álcool para bioetanol.
Na pesquisa de sistemas mais eficientes de administração de medicamentos para tratar a tuberculose, a goma de alfarroba parece promissora para criar micropartículas de polissacáridos capazes de transportar as substâncias ativas exatamente até à zona onde as bactérias se alojam, o que poderá permitir a redução da dose e do tempo de tratamento.