Do hidromel à água-mel e melosa, passando pelo brandymel, pela poncha e até pela cerveja, há múltiplas bebidas que juntam história, tradição, mel e vários outros sabores provenientes da floresta. Mas desde quando se aprecia o mel em estado líquido?
É difícil dizer quando se começaram a produzir bebidas de mel, mas elas existem há pelo menos nove mil anos, quando da fermentação de uma mistura de mel e outros alimentos resultaram líquidos com diferentes composições e teores de álcool. A descoberta foi proporcionada pelo elevado teor de açúcar contido no mel. Além de energéticos e doces ao paladar, os açúcares são há muito conhecidos pela sua capacidade de fermentação, um processo biológico que os converte noutros “produtos”, entre os quais o etanol ou álcool.
Embora com diferentes receitas e nomes em diferentes locais do mundo, os também chamados vinhos de mel – antecessores dos vinhos de uva – são uma referência transversal à história de dezenas de povos, da Ásia à Europa. Pensa-se, por exemplo, que os Celtas, Saxões e Vikings os bebiam durante os seus rituais e acreditavam nos seus poderes curativos, assim como na sua capacidade de aumentar a fertilidade. Diz-se, inclusive, que a expressão “lua de mel” poderá ter origem nestas crenças, contando-se que o “vinho de mel” oferecido aos noivos no dia do casamento ajudaria ao nascimento do primogénito nove meses depois.